Na grande maioria das vezes, por não entendermos ou ainda, não prestarmos atenção as outras pessoas com as quais nos relacionamos de perto ou de longe, a gente tenta interpretá-las sem ao menos perguntar-lhes o que pensam, o que gostam, em que acreditam e o que sentem. Não é assim que muitas vezes fazemos com as pessoas no nosso cotidiano, hein? Não acha isso não? Pois é, a gente continua não percebendo muita coisa e com isso provocando muitos mal-entendidos entre nós.
Os mais velhos "enxergam" os mais jovens como inexperientes demais para que se possa dar ouvidos a eles ou mesmo aprender algo com "sua pouca experiência. Isso por acaso te lembra alguém, hein? Lembra não lembra!
Nossos superiores no trabalho, até sabem e admiram nossa competência para realizar o serviço rotineiro. Todavia, basta que o subalterno tenha uma ideia criativa para melhorar o desempenho e a eficiência da rotina, que o chefe "torce o nariz" prá ele. Nem quer escutar a proposta, não é assim que agem?
Vale até para aqueles técnicos de futebol que "se acham a última banana da penca" e que teima em colocar lateral direito de centroavante sem sequer consultar o coitado do "zagueiro." Se liga o 'Luxa'!
De fato, temos a tendência a acharmos que os outros devem pensar e agir como nos achamos que nos mesmos devemos fazê-lo. Temos muita dificuldade para enxergarmos as coisas pelos olhos das outras pessoas. Temos uma grande dificuldade em ouvir as outras pessoas, principalmente quando nem mesmo nos estamos absolutamente convictos de que o nosso argumento é o melhor. Medo da argumentação contraditória talvez.
Assim, por essas e muitas outras razões, acontecem os mal-entendidos em nossas vidas cotidianas. As pessoas ficam em seus "cantinhos" acreditando que as outras estão entendendo tudo certo, do jeito que você acha que deveriam estar.
Olha só essa ilustração que eu me lembrei:
Conta a história que um casal tomava café da manhã no dia de suas bodas de prata. A mulher passou a manteiga na casca do pão e o entregou para o marido, ficando com o miolo. Ela pensou: "Sempre quis comer a melhor parte do pão, mas amo demais o meu marido e, por 25 anos, sempre lhe dei o miolo. Mas hoje quis satisfazer meu desejo. Acho justo que eu como o miolo pelo menos uma vez na vida". Para sua surpresa, o rosto do marido abriu-se num sorriso sem fim e ele lhe disse: - Muito obrigado por este presente, meu amor. Durante 25 anos, sempre desejei comer a casca do pão, mas como você sempre gostou tanto dela, jamais ousei pedir .
É apenas uma ilustração daquilo que estou tentando dizer. Não temos ouvido as pessoas a nossa volta e não raramente, até aquelas que temos total intimidade. Não conhecemos seus sonhos e desconhecemos seus desejos. Cometemos todo tipo de mal-entendido apenas porque deixamos que a rotina da vida nos deixe presunçosos demais. Vivemos muitas vezes como se o mundo à nossa volta girasse ao redor do nosso umbigo.
É preciso ouvir as pessoas.
Imagine-se "fazendo" algo que você não quer fazer, por achar que a outra pessoa faz o que você acha que ela faz porque gosta de fazer. Somente isso já daria um montão de mal-entendidos que não ocorreriam se ambos se ouvissem. Entendeu?
É claro que isso não é só para os casais, mas também para pais e filhos, irmãos e irmãos, parentes, colegas de trabalho e amigos. Sim, para amigos também, né não?
Sabe, essa pequena reflexão nos aponta uma maneira muito eficiente para evitarmos os mal-entendidos, e os transtornos decorrentes deles. Devemos ouvir as pessoas e não interpretá-las. Escutar suas razões e mesmo não concordando, não as julgue por serem e pensarem, enxergarem e sentirem de modo diferente do seu.
Olha só, você precisa dizer claramente o que deseja, não espere que o outro adivinhe.., tá! Você pode pensar que está fazendo o melhor para o outro, mas o outro pode estar esperando outra coisa de você.., não é?
E busque ouvir da fonte, para que a "tradução" de outra pessoa, não contamine o seu entendimento dos fatos e da verdade. Da própria fonte é mais seguro, viu! Entendeu não é mesmo?