sexta-feira, 8 de agosto de 2014

O ASTRONAUTA



Como todo garoto sonhador, eu também queria ser um astronauta para poder viajar entre as estrelas. A vida foi se encarregando de pousar os meus pés no chão e de trazer os meus sonhos para níveis bem mais modestos.

Com um pouco mais de tempo e pressão atmosférica sobre nós, a realidade, as convenções, as acomodações, os obstáculos e alguns acidentes de percurso, parecem ir nos consumindo grande parte da nossa imaginação e vamos abandonando muito dos nossos sonhos antigos.

O céu vai ficando muito mais distante, estranho, com muita nebulosidade. Nossas preocupações se ajustam ao padrão de agitação das cidades e a sensibilidade das nossas percepções vai se deteriorando nas lidas diárias; primeiro pelo pão e depois para acumular algum bem.

Quase sem nenhuma violência, nosso garoto sonhador vai sendo arrancado para fora da gente e junto com ele, aquela capacidade imaginativa, criativa que nos permita viajar entre as estrelas de olhos fechados ou abertos.

O astronauta não sai mais do chão, e as estrelas ficam para outra dimensão, outro tempo, para outro Céu e outra Terra.

Lá eu sei, passearei entre as estrelas do Céu de meu DEUS, pisando com meus pés e segurando entre os dedos das mãos, os meus próprios sonhos de criança.


Posso não saber onde piso, mas conheço o CAMINHO para chegar aonde quero; porque caminho NAQUELE que creio e não naquilo que vejo. (Gerson Palazzo)