sexta-feira, 27 de agosto de 2010


Era já bem cedinho.

O sol já tinha nascido por detrás dos prédios da grande metrópole, e o seu calor aquecia o topo da árvore da pequena praça na periferia, enchendo os seus galhos mais altos da luz da manhã de primavera.

Naquele bairro também já se podia ouvir os sons das casas. As pessoas já agitadas, se aprontando para sair para o trabalho, e as crianças fazendo aquele alvoroço matutino para ir para a escola.

Pessoas meio atrasadas, correndo para o ponto de ônibus, enquanto as lotações saíam apinhadas de trabalhadores; uns aflitos, outros ainda sonolentos.

Sons de buzinas por todo lado dão conta que o trânsito já está complicado logo as primeiras horas do dia, com as pessoas apressadas e ansiosas para irem do bairro para o centro da cidade.

Algumas mulheres lavando e varrendo as calçadas se atrapalhando com aqueles transeuntes nervosos passando de lá prá cá, indo e vindo afobados para não perderem a hora.

Sons irritantes e barulhos incômodos por todos os lados, despertadores, apitos, buzinas, caminhões de serviços, e construções, se misturam compondo uma orquestra frenética e desafinada.

Todo esse conjunto compõe o cenário daquele lugar e dá a atmosfera daquela maravilhosa manhã de sol da primavera.

E toda essa intensa agitação do local, está sendo observada do alto da copa de uma árvore florida, no meio da pracinha, por dois pequenos pardais. Então o menorzinho se vira para o maior e pergunta:

- Pai, por que é que os seres humanos vivem tão ansiosos e agitados?

E então o maior, vira-se serenamente para seu filho, dá-lhe uma bicadinha suave na cabeça, e com toda segurança responde:

- Filho, é porque eles não têm um DEUS como o nosso, que cuida da gente.

Essa pequena fábula que ouvi há muito tempo em um sermão na minha igreja, e que recentemente foi contada pelo Pr. Ed René Kivitz em um culto que ouvi pela Internet, me remete as Escrituras Sagradas onde eu queria refletir um pouquinho com você também, posso?

- Até que ponto, todos nós que acreditamos em Um Deus soberano, criador e cuidador da sua criatura e criação, realmente cremos que Ele é suficientemente para fazer isso por nós, hein?

- Até onde vai a nossa confiança nesse Deus que estufamos o peito para dizer que cremos?

- De que tamanho é a nossa fé nesse Deus?

- Qual é o nosso grau de dependência Dele?

- Em que nível está o nosso relacionamento com esse Deus a quem curiosamente chamamos de PAI?

Sabe, meu ansioso e preocupado amigo, Jesus, o Filho do Deus a quem me refiro, quando esteve por aqui fazendo a obra do Pai, além de consumar o Plano da Salvação, e reconciliação da criatura com o Criador, deixou-nos ensinamentos incríveis de como acontece esse relacionamento da parte do Pai com a sua criação. Lembra-se do pardal da nossa ilustração? Pois bem: Olha só o que Jesus disse:

"Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?" (Mt. 6:26)

Fala sério! Uma bofetada com "asas" de pelica, né não?

Não é apologia a preguiça e a vagabundagem não, viu? Não confundir que não precisamos fazer nada como os pardais, os bem-te-vis, beija-flores, tucanos e papagaios, que não fazem nada e o SENHOR alimenta cada um com sua comidinha favorita.

Não é isso não!

É sobre como andamos demasiadamente ansiosos pelas coisas da vida.

Comida, bebida, vestimenta, teto, trabalho, escola, dinheiro, conforto, casa, dinheiro, lazer, carro novo, dinheiro, dinheiro, dinheiro e mais dinheiro, com os quais nos preocupamos além, muito além do que realmente precisamos.

"Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos? (Porque todas estas coisas os que não acreditam procuram). De certo vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas;" (Mt. 6:31-32)

Se de fato e de verdade nos lançamos debaixo das asas do Pai, e assim descansamos em sua eterna capacidade de cuidar de seus filhos, todas essas coisas nos são gerosamente dadas, que o próprio Jesus ensinou como, ao concluir:

"Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Não vos inquieteis, pois, pelo dia amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal." (Mt. 6:33)

Veja bem: Eu não digo isso porque estou imune a essas preocupações, e sequer porque estou num patamar tão alto, tão elevado quanto aquele pai pardal da nossa fábula no início. Totalmente seguro mesmo dependente da providência de DEUS Pai.

Eu de fato, acredito que precisamos aprender a confiar completamente no PAI, que com todo amor, tem suprido as nossas necessidades, as que merecemos e principalmente, as que não merecemos, em forma de bençãos diárias.

Haverá sim outro amanhecer.

Existirá inúmeras manhãs ensolaradas de primaveras, verões, outonos e mesmo invernos, em que as misericórdias do Senhor se renovarão sobre a vida dos pardais, dos bem-te-vis, dos beija-flores, dos tucanos e papagaios, da minha e da tua vida. Sim, DEUS cuida de nós!

Não porque eles ou nós mereçamos, mas porque DEUS é Pai, e Ele é Fiel; Sua fidelidade se renova todas as manhãs desde sempre e para sempre.

"Até o pardal encontrou casa, e a andorinha ninho para si, onde ponha seus filhos, até mesmo nos teus altares, SENHOR dos Exércitos, Rei meu e Deus meu." (Salmo 84:3)

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Devemos estar preparados para as oportunidades


Oi Gente! Agora que o 'mico' já se tornou público na minha comunidade, deixa eu mesmo espalhar, tá?

Durante o período da Copa do Mundo de Futebol, a nossa Igreja esteve celebrando seus trinta e um anos de vida. Foi mesmo uma festança daquelas, viu? Se você não foi, perdeu.

Por 4 dias, recebemos muitas visitas de gente que direta ou indiretamente está ligado a nós, e veio participar da festa.

A Celebração foi no auditório do Centro de Convenções do Mendes, em Santos. E em quase todos os dias, recebemos a visita de muitos políticos e autoridades da região, e muitos convidados preletores para compartilhar momentos preciosos para o povo da igreja. Em um desses dias, enquanto aguardava-mos o inicio da reunião, se fez um certo alvoroço no recinto ainda meio vazio.

Minha esposa e uma irmã da igreja, que também é fotógrafa, estavam conversando ao meu lado nesse instante, e comentaram que se aproximava uma comitiva pelo corredor central, vindo em nossa direção.
Ela virou-se para o foco da atenção das pessoas comentou? "É o Geraldo!" Quando ela acabou de dizer isso, ele estava ao nosso lado e cumprimentando-nos com simpatia.

Bom, ele estendeu a mão para me cumprimentar, e talvez ainda não tivesse percebido que eu era cego, então minha esposa pegou a minha mão e aproximou da dele e eu o cumprimentei como se fossemos íntimos:

"Oi Geraldo.. como você está?"

Imaginando que fosse um irmão da igreja que tem o mesmo nome, ainda o ouvi dizer em resposta:

"Estou muito bem, e você?"

Coisa de gente conhecida, e de velhos amigos, né? Se um assessor chato não o tivesse apressado, estaríamos batendo o maior papo cabeça até agora. Depois que a comitiva prosseguiu para seus lugares no auditório, minha esposa conseguiu enfim dizer:

"Era o Geraldo Alckmin!"

Caramba! O cegueta aqui pagou o maior 'mico' achando tratar-se de outra pessoa e não do ex-governador de São Paulo, e novamente candidato ao mesmo posto nessas próximas eleições.

O pior, é que ambas as fotógrafas, ficaram paralisadas com aquela chance de registrar a cena, o momento, e não fizeram nenhum 'click'... pode uma coisa dessas? Fala sério, viu?

Demos muita risada depois, e tive que aguentar as piadinhas: "Oi Geraldo´! " prá cá e prá lá... fazer o que, né?

Mas se eu tivesse sido preparado para essa oportunidade única, provavelmente tería aproveitado para extrair uma promessinha dele, né?

Brincadeira a parte, eu que sou cego mas não bobo, enxergo nesse fato inusitado, uma aplicação para a vida da gente.

Devemos estar preparados para as oportunidades da vida. Sim, pois não sabemos quando elas irão cair sobre nós.

Pedimos a DEUS, o tempo todo, melhores oportunidades como um novo emprego, um amor para a vida toda, um bem novo, uma viagem, uma promoção, qualquer coisa, pois sabemos pedir como ninguém, não é mesmo? Ah se sabemos!

E o incrível é que DEUS dá mesmo. Sim, a todo instante, sem que percebamos claramente, o SENHOR despenca uma oportunidade no colo da gente, e de tanto susto e despreparo para abraçar a benção, a deixamos escorrer pelos vãos dos dedos da nossa mão.

É preciso que nosso corpo, nossa mente, nossa alma estejam preparados para quando as oportunidades chegarem, para quando as bençãos forem liberadas para nós. Para que diante delas não tenhamos nenhuma dúvida em tomarmos posse e irmos em frente, para a nossa alegria.

Nas Escrituras existem diversas narrativas de homens e mulheres que não somente pediram uma oportunidade, uma benção dos céus, mas dispuseram seus corações e prepararam suas mentes de maneira a irem ao encontro dessa oportunidade, e a reconheceram quando viram. E assim, tomaram posse dela.

Me lembro de Jacó, o neto mais arrojado e preparado do gigante da fé, Abraão, que mesmo sob forte pressão, reconheceu sua oportunidade quando o Anjo de Deus apareceu, e tendo se agarrado a ele, não o soltou até que ele o abençoasse. Lembraram? (Leiam Genesis 32)

Já lá nos tempos de Jesus, há uma narrativa de uma mulher que sofria de um fluxo de sangue, que a transtornava por muitos anos. Vendo no meio da multidão daqueles que seguiam Jesus, uma oportunidade única, esgueirou-se por entre aqueles homens que espremiam Jesus, e arriscando-se, tocou as vestes do Messias, e ficando imediatamente curada. Por seu atrevimento/ousadia, ainda foi salva.
Bom demais, não é mesmo? (Veja em Mateus 9:20-22)

E ainda sobre Bartimeu, o cego de Jericó, que ouvindo que Jesus passava ali perto, começou a gritar por ele. "JESUS, Filho de Davi, tem misericórdia de mim!" E mesmo sendo repreendido pelos discípulos, gritava mais e mais alto até ter a atenção do Mestre e ser recebido por Ele. Sua estratégia o livrou da cegueira e por sua fé, foi salvo. Eta ceguinho esperto, hein? (Leia em Marcos 10:46-51)

Sabe, muitos outros personagens da Bíblia, e outros muitos da história, se prepararam da melhor forma para estarem prontos para reconhecerem a oportunidade quando ela chegasse a eles. Todos desenvolveram estratégias, e fizeram projetos para receberem suas chances e bençãos. É provável até que você mesmo, seja uma dessas pessoas que além de reconhecerem, se apropriaram da oportunidade das suas vidas. É esse o seu caso?

Olha só, eu não sei se terei outra oportunidade de conhecer pessoalmente uma autoridade como o Dr. Geraldo Alckmin, e nem se a de um Anjo do Senhor ao se esbarrar em mim. Mas de uma maneira ou outra, eu quero estar preparado, com meu coração pronto e disposto, para aproveitar a próxima benção que DEUS vai despencar sobre a minha vida, viu? Vou agarrá-la até que a benção venha sobre mim e sobre a minha casa também. Você não faria o mesmo, hein? Fará sim, né não?

Agora vem cá, já que assumi o 'micaço' com todas as honras, vou contar que teve gente que gritou que ele era o Papa. Eta! Não aquele PAPA, mas o prefeito da cidade de Santos, João Paulo Papa. Mas não conto quem foi nem sob tortura, viu? Conto não!

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

NÃO É A NOSSA ORIGEM QUE DETERMINA NOSSO DESTINO


Todos, sem exceção, temos um mesmo caminho debaixo do sol.

Nascemos, crescemos e morremos.

Não importa o berço de origem, magnífica ou miserável, e tão pouco o túmulo que pode ser nobre ou indigente. O que verdadeiramente vai distinguir um ser humano de outro, é como ele faz sua caminhada debaixo do sol.

Podemos pensar que Caminhar por muitas e diferentes estradas e acharmos que todas irão ao final concorrer para o mesmo destino, todavia será terrivelmente tardio se descobrirmos que poderíamos ter feito outro caminho.

O Futuro está apenas na mente do PAI das Luzes, o Passado nas nossas mentes, em nossas recordações, mas o Presente... O Presente é onde está a nossa escolha.

Não é portanto justificável para nenhum de nós, lançarmos culpa em nossa origem como ela determinasse inescapavelmente o nosso destino. Todos sem exceção, estamos equipados com o Livre Arbítrio, e esse recurso nos torna capazes de escolher e mudar a qualquer momento o nosso trajeto sobre a face da terra e debaixo do Sol.

Assim é que ninguém é indesculpável por suas escolhas tanto como não é previamente condenado por suas consequências. Sim, porque uma escolha boa em um determinado momento da vida, não garante um destino certo.

E então é de se concluir que o contrário também não vai determinar um destino ruim. Podemos mudar, e devemos mudar sempre que nossa trajetória apontar para um iminente fracasso, e não precisamos ir de encontro as evidências dele como algo que estivesse escrito em qualquer estrela escondida em uma constelação qualquer.

- Não é porque "pau que nasce torto tem que morrer torto."

- Não é porque nascemos na base da pirâmide social que não podemos chegar ao topo dela, não é não!

- Não é porque fomos desfavorecidos no berço que iremos repousar permanentemente sob o desfavorecimento da vida.

Nossa Origem não é que determina o nosso Destino.

Não aceite isso com fatalismo e lute para quebrar qualquer escrita de agouro que a vida queira lançar sobre a sua existência.

- Não é porque estivemos debaixo do jugo pesado da lei moral que temos que ser condenados finalmente por ela.

Há uma escolha nova. Existe um Caminho em que toda a maldição da lei é quebrada com a Graça. Sim, estamos no ponto da nossa jornada ao qual chamamos de Presente, e onde exatamente podemos mudar a escrita que havia sobre nós à partir da nossa Origem.

Em JESUS toda a maldição do pecado que nos punha debaixo da ira de Deus, foi quitada. "Está consumado!" Não há mais um Destino inevitável para todo aquele que escolhe esse Caminho. Nossas culpas são pagas e nosso débito definitivamente quitado.

Nele temos então a oportunidade de termos um outro Destino. E ele pode ser Glorioso.

- Podemos ter a nossa casa repleta de amigos ou apenas um.

- Podemos ter fartura ou escassez em nossas prateleiras.

- Podemos ter fácil tudo ou ter algo com muito sacrifício.

- Podemos ser amados e cercados de cuidados ou desprezados por muitos até.

Todavia, se escolhemos o Caminho de JESUS, nada nos fará falta, porque Ele será o nosso Presente que nos garante um Destino Maravilhoso com o PAI das Luzes, o DEUS Eterno.

Portanto, não é a nossa Origem que vai determinar o nosso Destino, e sim o Presente; o Agora. Escolhamos o único Caminho, a única Verdade, e a única Vida que é JESUS.

Faça isso agora mesmo enquanto Ele está perto, tá bom?

"Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do SENHOR? Porque foi subindo como renovo perante ele, e como raiz de uma terra seca; não tinha beleza nem formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos. Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum. Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos." (Livro do Profeta Isaías 53:1-6)

JESUS´ morreu por você e por mim, para que tivéssemos um Destino Feliz, reconciliados com o PAI. Ele ressuscitou e vive para sempre. Ele é O Caminho, e A Verdade e A Vida, e através Dele chegaremos ao Destino que DEUS sonhou para nós. Aleluia!

domingo, 8 de agosto de 2010

AMIZADE É PARA SEMPRE OS AMIGOS NÃO!


Porque são mesmo passageiras a grande maioria das coisas dessa vida curta e ligeira. Mas, necessariamente, não precisa ser assim, viu? Na verdade, até as recordações, sejam boas ou más, também passam com o passar do tempo e vão caindo no esquecimento profundo. Talvez isso seja para que se evidenciem, sejam valorizadas e até celebradas com maior ênfase, aquelas sem as quais não conseguiríamos mesmo viver. Apenas talvez, eu disse, tá!

Mas com certeza, dessas é que vale a pena recordar, lembrar com carinho e reviver as emoções dessas lembranças no coração.

Talvez seja isso que alguns chamam de "grata memória". Lembrar por exemplo, de um pai amoroso e presente do qual a gente sinta muito orgulho de carregar a herança genética tanto quanto a espiritual e o caráter. É uma boa lembrança, uma marca querida que gostamos de celebrar na alma, mesmo com nostalgia suave e doce por sua ausência.

Quem sabe um amor então, hein? Sim, amores são tudo de bom para quem verdadeiramente ama e é correspondido, não é? A gente a todo momento quer recordar as boas passagens em que pudemos privar desse relacionamento tão necessário e vital para nós, seres movidos a sentimentos afetuosos.

Pais, avós, irmãos, parentes, amigos... Todos estão nessa categoria, ou deveriam estar e jamais ficarem de fora, relegados àquela parcela enorme que caem no esquecimento profundo anteriormente dito aqui, não acha não? Eu acho!

Mas infelizmente dificilmente acontece na maior parte da nossa vida. Sim, na maioria do tempo nosso de caminhar debaixo desse sol de meu Deus, vivemos entrando e saindo da vida de outros e vice e versa. Por alguns poucos momentos, as pessoas se tornam "inseparáveis" e "insubstituíveis" para nós, até que se separam ou são substituídas por outros momentos, outras situações, outras circunstâncias, novas atenções, paixões, interesses, e amigos até.

Dito assim, desse jeito, na bucha, parece demasiadamente triste, mas são os fatos da vida, e por causa da natureza do próprio ser humano.

Em muitas dessas situações, a gente vai substituindo as pessoas no mesmo sentimento que permanece em nós. A Amizade então nesse contexto, recebe caras e contornos diferentes a cada momento ou etapa da nossa caminhada. Assim é que amigos de faculdade, do futebol de fim de semana, de trabalho, e por aí vai, vão saindo constantemente do foco da afeição presencial e sendo remontados na nossa memória seletiva.

Acho que é assim que eu consigo perceber isso que outros diriam de outra maneira e então, eu resumiria em uma expressão:

AMIZADE É PARA SEMPRE, OS AMIGOS NÃO!

Chocado? Parece mesmo meio dramático, mas depois de alguns quilômetros rodados (rsrs...), você também perceberá que a lista que tem no coração, é muito maior que a que tem para contar nos dedos da mão.

E por que?

Muitos são os motivos que promovem essas constantes mudanças. Acima eu me referi a natureza humana, e é nela que reside a enorme maioria desses motivos. Para não aborrecer demais a você que generosamente me lê nessas reflexões, eu vou citar umas poucas, tá bom? Pode ficar tranquilo que levarei apenas mais umas poucas linhas para isso.

- Ciúme: um agente terrível de separação entre amigos de qualquer espécie ou categoria. É um sentimento horroroso que contamina qualquer relação, não é mesmo?

- Inveja: sentimento que anda de braços dados com o ciúme e que associados, são grandes responsáveis pelos conflitos que acabam produzindo as separações, os distanciamentos.

Quer mais um?

- Orgulho: esse é um danado que ergue as barreiras e põe os maiores obstáculos para que os relacionamentos não continuem. Terrível mesmo, não acha? Ele impede que quando ocorrem aqueles desentendimentos normais que a intimidade da amizade produz entre amigos, não sejam restaurados imediatamente.

E o Egoísmo?

- Ah o Egoísmo...: é outro danado que amplia tudo, e faz com que uma rusga entre amigos, pais e filhos, casais, torne-se um problema enorme simplesmente pelo fato de se achar sempre o prejudicado, e que sendo ele o centro do universo, todas as iniciativas, desculpas ou perdão, tem que ser feito pela outra parte. O Egoísmo nos impede de reconhecer a nossa parcela de responsabilidade e agir em benefício dessa amizade. Ele também permite que o tempo passando sem ações generosas, que tudo vire mágoa e ressentimentos.

É um pé no saco, né não?

Não bastasse esses quatro fatores elencados, existe outros tantos motivos que tem dado vida curta a um sentimento que se espera seja duradouro.

Mau-humor, intolerância, preconceito, arrogância, deslealdade, omissão, indiferença, falsidade, fofoca, e por aí vai, em uma lista para todo gosto ou desgosto.

É claro que poderíamos abordar o mesmo tema por outros ângulos, e sob uma ótica profissional, mas essa não é minha área. Penso e escrevo como faço tudo na vida, com o meu coração, com a minha intuição... com a minha emoção e com um grande senso de observação da alma humana a partir da minha própria. Imagino que muitos pensam e sentem, mas não ousam registrar isso, se expor ao crivo público, a crítica dos iguais. Mas eu não os julgo por não fazê-lo, tá?

Evidentemente em contrapartida, existem muitos modos e maneiras que podem ajudar a manter a longevidade desses relacionamentos. Poderíamos elencar muitos, mas vou dizer apenas um:

- A Lealdade: essa é uma virtude que mantém vivos e vigorosos os relacionamentos interpessoais. É, assim como a própria Amizade, o que supera e sustenta os relacionamentos apesar das diferenças e muito além delas.

Não há amizade que se mantenha sem lealdade. Se não há lealdade entre amigos, é porque também não há amizade.

Agora, como humanos que somos, e então possuímos um ou mais daqueles defeitos tão naturais, mesmo inconfessáveis, acabamos incidindo, e insistindo em cometê-los com espantosa frequência. É uma pena, não é?

Ainda bem que existem recursos morais e espirituais que nos permitem consertar muitas dessas rupturas e promover a restauração, reconciliação de muitos desses relacionamentos. Para mim, o principal desses recursos, é o Perdão. Sim, esse é uma virtude divina e não humana, e é exatamente por isso que funciona. O perdão repõe as coisas no lugar que estavam antes da ruptura, do distanciamento, da separação. É em suma, a maior expressão do Amor verdadeiro.

Esse é o modelo para todo aquele que quer manter ou restaurar um relacionamento. Eu creio nisso de verdade mesmo, viu?

Foi assim que DEUS, O Todo Poderoso, Criador do Universo e Nele os seres humanos, se utilizou para reconciliar o homem caído com Ele mesmo.

O Perdão sem restrições foi o recurso que DEUS disponibilizou em Seu Filho JESUS, afim de restaurar o Seu relacionamento com a humanidade. E olha só, funcionou mesmo, viu?

Eu creio que isso foi feito de modo definitivo e eterno para todo aquele que aceita, se arrepende, confessa e se propõe a mudar seus caminhos maus e andar com o Senhor.

É isso que se espera de um relacionamento, andar juntos pelo mesmo caminho em uma jornada solidária. Não que seja fácil não, né? Mas vale a pena, viu?

"O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos. Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer. Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda." (Palavras de JESUS em João 15:12-16)

Então o meu pedido ao Pai, é para que Ele sustente a nossa AMIZADE PARA SEMPRE, viu?

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

DEPOIS QUE PASSA...


Depois que passa: podemos até dar muita risada, mas sempre restarão as marcas para nos lembrar do que passamos.

Depois que passa: sempre há alguma sobra para esquecer, mas ganhamos um ponto de partida para renascer.

Depois que passa: sempre estamos mais fortes que antes. Também estamos mais sábios, mais preparados, mais experientes, mais refinados.

Depois que passa: estamos de pé. Bebido das lágrimas uma grande taça, estamos fortalecidos na nossa fé; vencemos a tribulação com teimosia e muita raça.

Depois que passa: sabemos do fracasso o gosto. Compreendemos mais a dor, a decepção e o desgosto. Vemos com empatia até mesmo a aflição do inimigo, do nosso oposto.

Depois que passa: valorizamos a Amizade. Desprezamos a falsidade. Aprendemos separar a mentira da verdade. Retemos o que é virtude, abandonando futilidade tal como a vaidade.

Depois que passa: provados pelo fogo, estamos depurados e melhores por dentro, ainda que por fora, apareçam as profundas marcas da longa jornada.

Mas se ainda sentindo angústias; ouvindo apenas nossos próprios temores; agarrando-nos a eles para nutrirmo-nos com as lágrimas da autopiedade, o presente continuará nos distanciando do Depois que passa.

Tudo passa se deixarmos que passe e se vá. Abramos mão do que nos traz sofrimento e experimentemos o alívio de deixá-lo ir, porque: Depois que passa, somos livres outra vez.

"O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem de manhã."