domingo, 1 de março de 2009

COMO GRÃOS DE AREIA

Não sei se você pode concordar comigo, mas mesmo assim eu vou deixar aqui uma reflexão sobre o assunto: "Grãos de areia".

Sim, eu digo agora "Grãos de areia", como fossem vários, bilhões eu diria melhor, de grãos, mas de mesma essência, "areia". Eu até poderia querer escrever sobre Grãos de AREIAS, mas eu vou me deter mesmo é na Areia nossa de todo dia, que habita em 'besteirozilhões' no nosso planeta.

Papo de maluco, né? Mas vamos lá.

Imagine que a Areia que existe cobrindo toda superfície dos desertos; todas as praias banhadas por oceanos, mares, rios e "córregos"; montes, vales e planícies; e abismos do fundo dos mares; e até aquele tantinho que cobre o vasinho de plantas das nossas casas - Cuidado com a o mosquito da dengue, né?

É Areia prá encher muitos caminhõezinhos, né não? Tudo isso é, se possível for, o tanto de areia disponível no mundo, para que a humanidade pudesse juntar ao longo da experiência humana. Mas a vida do homem, que dura uma fração de tempo, somente pode acumular durante toda vida, apenas os Grãos de areia que se grudam na pele das palmas das suas mãos e se aderem na superfície do seu corpo.

O Homem pode com muita imaginação e criatividade, tentar encontrar meios para carregar em suas mãos, mais Grãos de areia que ele precisa, pelo simples fato de ajuntar coisas e coisas, enquanto cumpre a sua jornada pela terra. Ele não precisa de tanto ou de tudo que tenta em vão carregar e acumular para si mesmo. Ele teria talvez que viver muitas e muitas outras vidas, para ao final, descobrir que ainda assim, não precisaria ter acumulado tanta areia. Todavia, como a Bíblia nos ensina, que ao homem está determinado morrer uma só vez, e após isso o juízo, então aí é que não vamos precisar de mais do que já ficou grudado nos nossos corpos.

Aquilo que não precisamos, vai se esvaindo pelos vãos dos dedos das mãos, e ficam para trás, enquanto no chão, marcam as pegadas que nossos pés deixam sobre ela, até que o vento as sopre e já não mais são.

-"Ei! Não tô entendendo nada!" Parece que ouvi a loiríssima lá das Dunas de Sergipe, gritando. Vocês ouviram também, hein?

É interessante no mínimo pensarmos, que nossos corpos feitos de "água e pó da terra", queira tanto e se esforce tanto para acumular tantos Grãos de areia como se fossem tesouros. Tolice! Sabemos que os nossos corpos voltarão ao pó de onde saíram e é claro, que toda areia acumulada, juntada, armazenada, economizada, investida, irá junto ao pó, como foi desde o princípio.

É claro que essas coisas têm a ver com o discernimento das coisas espirituais. É uma metáfora viu meu caro.

Independente da crise dos nossos dias, o homem sempre buscou adquirir valores, poderes e prazeres e pelos quais, acredita poder preencher a sua existência de forma plena. Mas... (Olha aquele "mas" aí de novo, gente!), acabam não passando de Grãos de areia no sentido maior da essencialidade da alma humana. É talvez uma forma muito tosca de expressar o significado da vida para o ser humano, criado à semelhança do Criador. Fazer o que né? Eu também tenho minhas limitações com os tais Grãos de areia. A gente sempre tem dificuldades com isso, né mesmo?

São Grãos de areia a vaidade do homem em ser maior mais poderoso e mais importante que o outro. Isso passa e escorre pelos vãos dos dedos das mãos.

O Homem corre atrás das riquezas que o façam rico e cortejado por isso. Mas, outra vez, não tem maior valor que Grãos de areia grudados no corpo que não ultrapassarão esta vida para a outra vida, após esta vida aqui.

É Grãos de areia o investimento humano em tentar deter o tempo; tentar parar o envelhecimento do próprio corpo. Os que conseguem passar uns poucos anos a mais da média, por conta da sua robustez, enfrentam o cansaço e o enfado, o ócio e o tédio tal qual admirar um deserto de Grãos de areia.

E preste atenção, meu camarada. Eu não falo do investimento humano no ser humano, não! Na saúde da humanidade, melhoria e na ampliação da qualidade de vida das pessoas, enquanto correm atrás dos seus Grãos de areia. Todo investimento do homem bom, para o bem do homem, é de fato riqueza. Mas o investimento do homem mau apenas para dominar o outro, é grão de areia de péssima "lavra".

- "Agora vem aquela hora que ele vai passar o sermãozinho na gente. Que saco!"

Pode ficar tranquilo meu querido carregador de areia. Desencana, viu? Não estou aqui prá "pregar" nada prá ninguém. Eu, tal como todos, carrego os meus Grãos de areia grudados no meu corpo. Eu também corri atrás para encher as minhas mãos com muitos Grãos de areia, mas como de fato, esvaíram-se por entre meus dedos. Aprendi, como muitas outras pessoas por esse mundão de meu DEUS, que é mais 'esperto' ajuntar Grãos de ouro na vida eterna. E observe que lá, Grãos de ouro valem tanto quanto os de areia aqui para nós. A riqueza que possamos eventualmente juntar aqui, são menos que Grãos de areia, lá.

Pegou a idéia, né?

Mas os Grãos de ouro que lá não tem valor, aqui representam o "tudo de bom e de bem", que o homem pode dar de si para o seu semelhante. Tudo o que ele pode doar de si próprio, para que a caminhada de todos se torne melhor, menos árdua e penosa. Todo o bem que cabe nas palmas das tuas mãos para entregar ao próximo e aliviar o deserto arenoso das outras pessoas. Servirmo-nos uns aos outros e facilitarmos a vida uns dos outros fazem parte dos tesouros da alma.

JESUS fez isso.

Ele se doou como servo, mesmo sendo Filho de DEUS. Mesmo tendo em Sua herança eterna, nãos só todos os Grãos de areia da Terra, como também todos os Grãos de areias cósmicas que formam o universo. Ele se fez carne, como a nossa carne, de água e de pó, habitou no meio de nós e tendo deixado Seu sangue manchar as areias da Terra por amor de nós, assumiu Seu lugar nos céus, além das estrelas que Ele mesmo ajudou a criar.

Eu não sei o quanto você pode reter dessa reflexão "granulada". Eu gostaria de passar a idéia de que as melhores coisas para se acumular, enquanto habitantes e caminhantes pela terra dessa Terra, é a de fazer o bem, não importando a quem.

Ser um bom amigo sempre, mesmo quando a recíproca não for verdadeira. Consolar os aflitos, mesmo quando precisar de consolo. Alegrar o entristecido, ainda que estejas abatido. Repartir com o necessitado o teu pão, mesmo que não tenhas tanto para ti mesmo. Matar a sede dos que estão sedentos de água ou carinho. Cuidar daqueles que estão enfermos. Orar pelos que não tem forças para clamar. Distribuir a palavra de esperança para quem está desesperançado.

Sim, essas coisas não são como Grãos de areia grudados na superfície dos nossos corpos, mas Grãos de ouro impregnando o nosso espírito e atraindo a atenção do Pai.

Nós esperamos alcançar o Reino de DEUS, onde a traça e a ferrugem não corrompem nosso tesouro.

Acredite. Você não vai poder levar os "caminhõezinhos-de-areia" que laboriosamente ou não, ajuntou ao longo da tua vida. Ah! Não vai não, meu 'véio'! Vai ficar para outros usarem. Mas aquilo que você com alegria, ajuntar na eternidade, você também desfrutará pela eternidade.

O Exemplo a ser seguido e perseguido é o de Jesus. Mesmo ele sabendo de antemão que seria consumido pelas iniquidades de nós, os Grãos de areia, assim mesmo, não cessou de nos fazer o bem.

Bem... É isso meu amigo "granulado". Vamos sacudir as "areias" da nossa vaidade e do nosso egoísmo, e seguir a orientação de Jesus, nosso mestre:

"Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração." {JESUS CRISTO - Mt. 6:19-21}

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