domingo, 7 de dezembro de 2008

GENTE COMO A GENTE



Eu acompanhei o noticiário das últimas semanas. Creio que ninguém teve como "escapar" de tanta notícia ruim, né não? Aliás...Haja notícia ruim... Enquanto alguns brasileiros e brasileiras teimam em desqualificar a depressão, a crise instalada, dentro e fora do nosso país, outros tantos... milhares até, estão mergulhados na lama. E digo lama mesmo, viu? Não falo daquela "lama" em que alguns gestores da administração pública e outros tantos "indigestores" da política ardilosa... se esbaldam (ou será: argilosa?... Ops! Me confundi com tanta lama que escorre lá de cima...)

Tem um povo sofrido, sofrendo. Suas casas, móveis, lembranças e sonhos, foram soterrados por um mar de lama, causado pela "indiferença das chuvas", agravadas pela imprudência e desorganização urbana que ocorre em nossas cidades.

Existe uma diferença dessa "lama" que desceu das encostas dos morros. Democraticamente, essa lama cobriu as cidades dos ricos derrubando os morros dos pobres. As chuvas, que desceram das nuvens, somadas às águas que transbordaram dos rios, canais e valas abertas a céu aberto, encheram as casa de lama e os corações aflitos de barro.

O brasileiro que é povo mesmo, se solidarizou de forma impressionante e respondeu aos gemidos e prantos dos irmãos de Santa Catarina. Formou-se uma corrente do bem em socorro às vítimas da fúria exacerbada da natureza agredida. Almas que falam dialetos, sons, tons e sotaques tão diversos quanto a diversidade de etnias que habitam esta nação, de repente, parecem ter "falado" uma única língua, a linguagem do amor ao próximo, que estava tão longe.

Adultos e jovens, idosos e crianças que se importam, se mobilizaram em favor de outras crianças e velhos, jovens e adultos separados por quilometros de diferenças.

Um povo dentro de um país, de gente que se importa uns com os outros. Claro que não é, e nem será unanimidade. Afinal de contas, não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam, né?

Apesar da "lama", e do lodo, o brasileiro tem demonstrado ter um espírito de sobrevivente. Passar pelas duras provas que a vida produz diariamente, para que as gentes desta nação conquistem dignamente seu chão e o seu pão, não é fácil não!

Pena que nossos governantes pensem políticas públicas pelo jeitinho brasileiro do "curativo", e jamais do "preventivo" (ou será preservativo...). É como querer 'vestir a camisinha", depois que a mulher já está grávida. É como assistir "online" a devastação do "pulmão verde do planeta azul", para depois irrigar mecanicamente o deserto resultante; ou ainda é como colocar trancas nas portas, depois que o ladrão já levou tudo.

A natureza está nos avisando que a "lama" já nos alcança o pescoço. Já cobriu os umbigos da soberba dos aloprados, mas eles pouco sentem a viscosidade do lodo. Tem gente que se acostuma em chafurdar na argila... Faz bem para a pele, né não? Hein?
Bom... em último caso, se a 'coisa pegar', o aeroporto está logo alí mesmo... Ver a crise por sobre as nuvens é mais confortável... Que dirá, ver de Paris, tomando um porre.

Mas no meio dessas notícias todas e de coisas absurdas como: Saqueadores da miséria alheia. Oportunistas abutres que avançam sobre os despojos do infortúnio, aparecem notícias de ações heróicas e testemunhos emocionantes de almas caridosas. Almas generosas que mesmo tendo perdido tudo, não perderam a essência do ser, o que diferencia e torna digno o mesmo ser. A Filantropia, conceituada pelo significado de Amor ao semelhante, amor a humanidade. Muito lindo isso, viu! A gente fica com aquela esperançosa impressão, que ainda tem jeito esse país, mesmo sem o tal "jeitinho" famoso, que já virou peça publicitária lá fora.

Tem jeito sim! Tem gente sim, viu?!
Gente que se importa e que se porta como gente!

"Alegrai-vos com os que se alegram; e chorai com os que choram"

Um comentário:

Anônimo disse...

Poucas pessoas falaram tanta verdade como esta que li agora no teu blog . Parabéns .Um abraço