Há pouco tempo, minha esposa e eu escolhíamos um presente para uma pessoa querida. Era o aniversário dela e para não dizer sua idade, vou apenas ilustrar com um bolo cheio de velinhas, tá? Pegaram a ideia, hein?
Inicialmente tínhamos algumas alternativas, mas acabamos decidindo por uma coisa diferente daqueles presentes tradicionais que sempre damos e recebemos, depois que chegamos na maturidade. Compramos uma boneca de pano enorme, depois de virar algumas lojas especializadas dos shoppinges da cidade. "Será que ela vai gostar?" Perguntou minha esposa. "Tenho certeza que vai gostar da surpresa." Respondi convicto que ela gostaria. Além de inusitado para a ocasião, tinha muitos significados entre elas.
Bom... tarefa cumprida, né? Vocês que pensam! Então começou a procura de um "embrulho" que coubesse e valorizasse o presente. Sabem, essa situação me fez recordar de quando mais moço... (Que que é? Já fui mais moço sim, viu!) A gente costumava embrulhar os presentes com muitas caixas. Começava com uma grandona, que dava a impressão de ser um presentão, e depois, uma a uma, caixas menores e menores, uma dentro da outra, até chegar em uma pequenininha onde enfim estava o tão escondido presentinho. O que? Vocês nunca fizeram isso na vida não, hein?
A brincadeira, além de esconder do presenteado o formato e o valor do conteúdo, ainda causava a expectativa de que era muito legal para se ter tamanho trabalho, considerando o embrulho, é claro. Muitas eram as surpresas. Umas boas e outras frustrantes. A gente olhava para aqueles embrulhos caprichados, cheios de papeis coloridos, laços, fitas, penduricalhos presos por todos os lados; um embrulho mais bonito que o outro, e no final, o conteúdo... outro par de meias pretas. Fala sério! Frustrante, né não? Isso enfraquece a amizade, viu!
Dessas toscas memórias eu já emendo com uma reflexão rápida que a situação provoca. Sabe, ao longo de toda a nossa vida, nos oferecerão muitos "embrulhos" de presente. Nos nossos aniversários e na maior parte, entre eles. Muitos virão cheios de adornos incríveis por fora, mas poderão ocultar um conteúdo desagradável, que frustrará nossas melhores expectativas. Muitos "embrulhos" poderão representar pessoas que virão em algum momento de alegria, e outras que virão em momento de tristeza e até abandono.
De uma maneira ou de outra, nós não poderemos nunca nos basear na formosa aparência do "embrulho" para acreditar que o conteúdo, sua alma e intenções do seu espírito, é tão formoso quanto a embalagem, o "embrulho". Afinal de contas: "Quem vê cara, não vê coração." Aliás, como dizia minha avó Ninita: "Por fora... bela viola; por dentro... pão bolorento."
Muita gente hoje, jovens apressados, e maduros menos cuidadosos, são "presas" fáceis dessa avaliação superficial e impulsionadas por essas impressões, se apressam a descascar o primeiro "embrulho" bonito que lhes aparece. Muitas almas tem se frustrado e se machucado com esse descuido e precipitada avaliação. Gente até que assume compromissos sérios e relacionamentos afetivos, baseados na virtualidade da Internet.
O computador, nesses milhares de casos, tem sido um belo "embrulho" para machucar corações carentes e ávidos de afeto e companhia. É um perigo! Para mim, tanto quanto para muitos que creem como eu, a Palavra de DEUS é a melhor fonte de orientação para esse e qualquer outro tipo de decisão que se queira tomar. Nela está a Sabedoria do Alto que pela leitura e pela fé, podemos nos poupar de metermos a mão e a alma, em "embrulhos" de engano.
Da Bíblia, o apóstolo Paulo, em sua carta aos Hebreus, afirma com toda inspiração do Espírito:
"Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão de alma e espírito, e de juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele a quem havemos de" prestar contas. (Hb. 4:12-13)
Que a gente não se impressione nunca pela beleza do "embrulho" e que tenhamos a sábia e saudável compulsão de buscar orientação em quem pode revelar-nos as intenções e o conteúdo do "presente" escondido pela embalagem. Consulte a Palavra, ore e espere a resposta, tá bom?
Alerta feito, deixa eu voltar ao nosso presente, tá? Foi um sucesso total quando a aniversariante, abriu o embrulho do seu presente, e vendo aquela boneca enorme de trancinhas, disse emocionada: "ADOREI!"
Yes!!! Na mosca!!! O SENHOR faça transbordar em Graça o seu "embrulho" também.
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