segunda-feira, 17 de maio de 2010

QUEM VÊ CARA NÃO VÊ CORAÇÃO


Não sei se você também tem a impressão de que a vida das outras pessoas a sua volta, é mais interessante do que a sua.Tem ou não?

É muito mais comum do que a gente pode imaginar. Tanto que as pessoas acreditam nisso, que vivem tentando se parecer com aqueles personagens, personalidades, celebridades.
De uma forma equivocada até, acreditam que aquela aparência toda de sucesso, glamour, felicidade, e ausência de problemas, merece ser desejada e imitada.

As pessoas imaginam que as suas próprias vidas sejam medíocres se comparadas a de todas outras. E assim imaginando, vivem uma fantasia, uma ilusão perigosa. Não viver as suas próprias!

Sabe, pelas aparências, ninguém pode dizer que conhece alguém tão bem que possa almejar, ter a mesma vida que ela. É uma roubada, viu?
Como meu pai costumava dizer em seus aconselhamentos pastorais: "Para se conhecer uma pessoa é preciso comer um saco de sal com ela." Claro, é preciso conviver estreitamente com alguém para ver o quão semelhante ele é de nós mesmos, ou quão diferentes são do que transparecem ser. Tipo assim: "Por fora bela viola; por dentro, pão bolorento." Entendeu, né?

Muita gente no entanto, ao ver os sinais de prosperidade do seu vizinho, se imagina menor por não possuir essas evidências em sua vida. E então, sofrem com isso. Mas ainda nessa situação, o que a sabedoria dos antigos nos adverte é de que muitos desses "Comem sardinhas e arrotam caviar." Pura fachada!

Sim, a tendência de todos, é valorizar suas virtudes, e vitórias com demonstrações exuberantes de felicidade, enquanto procuram esconder sistematicamente, seus fracassos,ou suas fraquezas.

Mas com a idade, a experiência e a vida, a gente vai percebendo que isso não é verdade não! Que todos temos problemas, conflitos, transtornos, aflições, fraquezas, tristezas, medos, deslizes, erros e fracassos.

Que ninguém é mais feliz do que você pode ser também. Que eu, você e todos os outros, estamos no mesmo barco e sujeitos as intempéries da vida; aos agitos do mar e as ressacas das marés.

Ainda assim, muitas pessoas que nós imaginamos sejam felizes, economicamente estáveis, e que não tenham nada mais importante a reclamar, parecem sentir uma espécie de vazio em suas almas. Uma espécie de frustração que nem sabem ao certo explicar de onde vem. Tá! Mas afinal de contas, de onde vem isso?

Talvez seja daquela sensação de que estejam ocorrendo coisas muito mais interessantes ao nosso redor, na vida dos seus vizinhos, e até no apartamento ao lado. Como o mundo todo estivesse em permanente festa e que você nem sequer convidado foi.

As nossas mentes são bombardeadas com informações de sucesso, de prosperidade, de alegria intensa, de riqueza, e glamour. Programas de TV, revistas, anúncios, e por aí vai, dão a nós, a falsa impressão de que estamos perdendo algo importante demais; algo tão essencial que não poderíamos ficar de fora.

Assim, a impossibilidade de estarmos em todos esses "eventos", causa em muitas mentes, aquela sensação de vazio existencial; aquela sensação de que a nossa vida não possui nenhum atrativo, nenhuma graça.

Hoje mesmo, já existem recursos virtuais, onde as pessoas são convidadas a participarem de uma vida de fantasias. Ser uma outra pessoa, viver uma segunda vida, paralela a sua realidade que tanto aborrece. Tolices tecnológicas perigosas, não é mesmo?

Somos únicos, indivíduos interessantes e em quem há graça. Nada do que se apregoa em todas as mídias, que são para consumo dos produtos, e consumição das pessoas, pode substituir a paz, a alegria, a familia, os amigos, nossas dúvidas e certezas, porque isso é a nossa história. Logo, devemos escrever essa história com as nossas experiências reais, e também, com algumas das nossas próprias fantasias.
Não precisamos invejar as "fantasias" dos notáveis, mesmo porque, "Quem vê cara, não vê coração", né não?

Olhe-se melhor e preste atenção. Você é tão interessante que tem muita, muita gente mesmo, que te admira, e gostaria de ser como você, viu?

Você é único!

Ah! Você também é única!

Claro, eu também não tenho prá troca não, viu?

"Filho meu, se o teu coração for sábio, alegrar-se-á o meu coração, sim, o meu próprio. E exultarão os meus rins, quando os teus lábios falarem coisas retas. O teu coração não inveje os pecadores; antes permanece no temor do SENHOR todo dia. Porque certamente acabará bem; não será malograda a tua esperança. Ouve tu, filho meu, e sê sábio, e dirige no caminho o teu coração." (Provérbios de Salomão 23:15-19)

Um comentário:

Caio Baraldi disse...

Olá, Gerson! Como sempre seus textos refletem a verdade com grande profundidade. Gostaria de fazer eco com suas palavras e se possível acrescentar algo: esta situação de olhar para o lado e achar a grama do vizinho mais verde está muito ligada a falta de valorização da qual as pessoas são vítimas ao longo de suas vidas. Aí procuram encontrar valor em situações, pessoas e coisas onde jamais poderão encontrar. A saída?
DEscobrir seu próprio valor em Jesus Cristo, nosso Senhor! Abraços Pr. Caio