quarta-feira, 30 de setembro de 2009

AQUELE ATO DE AMOR


Ainda assim, mesmo que conseguisse fazer algo para compensar tamanho ato de amor, não seria o bastante, nunca o suficiente.

Ainda que achasse em mim, alguma coisa tão preciosa e a quisesse dar em troca daquele ato de amor, creia-me, seria ato vão e sem nenhum valor.

Mesmo que houvesse conquistado todo ouro e toda prata do mundo, e com eles quisesse pagar por aquele imenso ato de puro amor, não haveria como alcançar o preço daquele inigualável favor.

Imaginar que de maneira alguma, de forma outra qualquer que fosse a ação, eu poderia resgatar com igual eficácia que não o sangue de meu Jesus, a minha própria eternidade em glória, seria simples imaginação.

Não poderia fazer pelos meus próprios méritos, nem mesmo com o meu próprio sangue derramado até o fim.

Não haveria tesouro ou outro valor na terra para quitar minha dívida e rasgar o compromisso de morte que meu pecado fez pesar sobre mim.

Nem anjos e nem poderes daqui ou do céu, poderiam tornar-me inocente e salvo, a não ser aquele imenso ato de amor de meu Jesus, ao se deixar ser pregado na infame cruz.

Assim não há preço a ser pago, não há.

Não há mais dívida a ser por mim resgatada.

Minha vida custou tão somente a vida e o sangue de meu Jesus, mas Ele fez tudo isso de graça, por puro ato de sublime amor.

Que coisa espantosa foi aquilo e que maravilhosa também. Dar sem preço a Sua própria vida, sem custos, para salvar alguém.

A Jesus toda honra e glória, pelo bem que me faz.

A Ele toda adoração que minha alma agradecida é capaz.

Jesus, esse é o nome que me importa, e pelo qual fui transformado. Jesus, de minha alma tu és o amado.

Mesmo conhecendo Seu sacrifício, sabendo pelas escrituras de toda a Sua dor, não há como não estar agradecido e feliz, pela morte naquele lugar, do meu querido Jesus.

Pois se assim não tivesse sido, e se Seu sangue inocente não houvesse vertido, nem eu e nem você, nem antes ou depois, teríamos o direito pela fé, de entrar no Reino de Deus, onde habita e reina, o meu amado Jesus.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

O PERFUME DO AMANHÃ


Já podemos sentir ainda agorinha, o aroma fresco desabrochando de pequenas flores em muitos jardins, aqui e acolá brotam cheias de vida.

A gente percebe que com muita pressa, crescem e querem logo exalar seu perfume para anunciar sua presença no nosso meio.

Aqueles que cuidam e regam com dedicado carinho do seu crescimento, se espantam com essa rapidez de suas pequenas flores. É um investimento de vida para toda a vida.

Ninguém então espera ou está preparado para que suas flores perfumadas, sejam arrancadas de seu canteiro, levadas de seu jardim. Ninguém está suficientemente convencido que está na hora de deixar que elas partam, imagine então, que alguma delas seja partida, quebrada por mãos perversas; despetaladas por cruéis. Inadmissível, não é?

Prolifera como um cancro cruel e devastador, a enfermidade de homens dispostos a colherem, nos canteiros e jardins alheios, a flor precoce de aroma inocente. É uma vergonha absurda que muitas vezes, ainda conta com o silêncio doméstico e a conivência covarde de familiares que mudos, condenam as pequenas vitimas, ao abuso sistemático de seus pequenos corpos e mentes.

Nossos meninos e meninas são ainda transformados em moeda de troca para alimentar a demência de poderosos, de homens que se acreditam acima e além do alcance dos braços nanicos e tardios da lei humana.

Mãos e dedos nojentos que molestam nossas pequenas flores e lhes roubam sem qualquer pudor, o perfume do amanhã. Corações desprovidos de afeto natural pelo bem, pelas vidas pequenas e sem amor pela vida de ninguém.

Estamos acostumados a ouvir em qualquer noticiário, em qualquer emissora, a qualquer hora, ou mesmo, em todos os jornais, que um número impressionante de crianças é atacado, abusado, violentado no corpo e na mente, traficado para o prazer de perversos e comercializados como pequenas porções de carne tenra para o paladar de safados. Corpos juvenis expostos na internet para o lucro de desprezíveis.

A sociedade não pode ficar alheia a tudo isso. Não pode!

Estão violentando nosso futuro.

Estão roubando o perfume do amanhã.

Nós não podemos ficar quietos e fazer olhar de paisagem quando isso está acontecendo diante do alcance dos nossos olhos. Não podemos não!

Hoje acontece no canteiro de outro. Amanhã no jardim do vizinho. Não esperemos chegar ás nossas "floreiras" para indignarmo-mos, viu?

Denunciemos!

Nosso silêncio estimula o impiedoso e nossa omissão nutre o pedófilo oportunista.

Basta!

Isso tem que acabar!

Uma sociedade que se acomoda com a maldade e se cala diante das manifestações do mal, se violenta a si mesma e destrói as gerações seguintes.

Existem discursos e bandeiras alçadas para tudo nesse planeta.
Para o aquecimento global, as baleias, golfinhos, tartarugas, florestas tropicais, até para as carpas vermelhas da polinésia - seja lá o que for isso, né?
Existem movimentos contra isso e aquilo e outros tantos a favor disso e daquilo.
Contra a guerra e a favor da paz.
Contra a emissão de gases tóxicos e a favor de combustíveis limpos.
Contra a corrupção dos políticos e a favor da transparência na administração pública.
Contra a censura prévia e a favor da liberdade de expressão.
Passeatas contra as cotas nas universidades e outras a favor da discriminalização da maconha.
Campanhas contra o tabagismo e outras a favor do aborto.
Mas antes de tudo, é necessário que a sociedade organizada se mobilize para proteger nossas crianças. O perfume do nosso amanhã está ameaçado.

SALVEMOS NOSSAS CRIANÇAS!

SALVEMOS O PERFUME DO AMANHÃ, agora!

Pedofilia é crime. Denuncie já!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

OS ENCANTOS DA SOLIDÃO

Uma vez ou outra,
a alma que cedo se agita e em meio a correria da lida esvazia-se, precisa buscar-se na solidão para encontrar-se no isolamento de fora, a si mesma.

Uma vez ou outra,
o coração ousado que triunfa sobre o fustigo dos contrários, precisa refugiar-se na solidão de sua alma para manter-se valente; Para buscar a coragem enfrentando suas fraquezas, seus medos.

Uma vez ou outra,
diante da oportunidade que não se apresenta em tempo de longa espera e que de tão tardia esmaece-se o ânimo, é necessária a solidão do breve exílio para recompor-se das expectativas frustradas e recstaurar-se com esperanças novas.

Uma vez ou outra,
a alma cansada da rotina enfadonha, do desgaste natural que as horas provocam por fora e por dentro, é necessária a solidão para que ela se recarregue, se revigore no silêncio do esconderijo dela. Sim, é preciso um pouco de silêncio na alma.
É necessário ouvir-se no íntimo e sondar-se no recôndito dos pensamentos mais profundos.
É preciso ficar atento e novamente alertar os sentidos que se perdem imperceptivelmente, quando distraída, a alma apenas corre de um lado ao outro com toda ansiedade.

Uma vez ou outra,
também é necessário parar para apreciar o encanto que há na solidão voluntária, na beleza que há dentro do ser e que espera por um pouco mais de atenção e afagos.
Porque a correria da lida e as solicitações da vida escondem as virtudes latentes da alma. Da nossa alma.
Esquece-se pela ausência de uso, dos gestos gentis e solidários; Dos ternos afetos nos atos, nas letras epalavras.
Esquece-se de olhar com bons olhos a necessidade dos semelhantes; Recolhe-se a mão caridosa que alimenta o carente.
Permite-se abrir brechas nos relacionamentos fraternos ou românticos, que desestimulam os sentimentos de lealdade e amor.

Uma vez ou outra,
É absolutamente imprescindível o recolhimento da alma na solidão do espírito para encontrar-se com Deus.
É preciso assim pedir ajuda para continuar sem esmorecer, sem desacreditar dos sonhos, sem deixar de esperar o milagre chegar a qualquer momento..
Assim é necessário também no silêncio da solidão da alma estar quieto para escutar a oração do espírito que com Deus fala e em silêncio também, de Deus ouvir a resposta.

E depois do retiro da alma,
do revigorar das percepções,
do recarregar das energias,
depois do descanso e após ouvir a instrução do Espírito, a alma vivificada precisa voltar a vida e retornar a lida.

Mas...
Uma vez ou outra,
é preciso recorrer novamente à solidão e aos seus encantos.

SAPOS OU GANSOS


Temos guardado em nós, entre muitos pontos negativos do nosso temperamento, um que geralmente nos causa constrangimentos e não raramente, prejuízos.

Um desses pontos é sem dúvida, o orgulho, não é mesmo?

Bom, pode não ser o seu ponto fraco, mas com toda certeza, é o de muitas pessoas que nós conhecemos.

Claro que, em alguma situação em que nós nos demos bem, que levamos vantagem em lgo, superando inclusive outros, a gente acaba deixando escapar essa fraqueza. Ficamos tão vaidosos de termos superado os outros que fazemos questão de nos vangloriarmos do feito, não é?

Ei! Você aí do fundão...Não disfarça não, hein?

Principalmente quando mesmo em uma empreitada em que conquistamos algo em grupo, mas a "arte final" fomos nós que executamos, queremos o destaque para nós.

Quem nunca passou por uma situação em que o "dono do processo" diz que se o projeto for sucesso, "os louros" são dele, todavia, caso dê tudo errado, a "culpa" é do grupo? Isso te lembra alguém, hein?

A gente tem mesmo essa necessidade de sermos enaltecidos por uma ideia que demos, um palpite que levou o projeto ao sucesso, uma palavra que transformou o rumo das coisas levando a bom termo.

E quando se trata de um time em que cada um tem a função especificada pelo treinador, e quando o time obtém o campeonato, o centroavante goleador se vangloria de ter sido ele o maior fator para o sucesso do time? Será que isso acontece com meu 'Palestra' hein?

Sabe, ninguém faz sozinho.

Ninguém pode realmente, achar que pode tudo porque é o mais forte, a mais bonita, o mais esperto. Ninguém consegue nada na vida, em que todos correm juntos em busca dos seus sonhos. Existem braços que nos suportam e mãos que em algum momento da corrida, nos resgatam do chão. Pessoas que nos animam com elogios e nos estimulam com palavras de entusiasmo.

Amigos verdadeiros que se desviam por um pouco dos seus objetivos, de seus sonhos, para correrem trechos importantes dos nossos sonhos.

Como não reconhecer isso diante do sucesso?

Para que braços iríamos nos consolar caso fracassássemos?

O orgulho, a vaidade e a vanglória trazem muitas separações, mas é a humildade a melhor virtude para que a glória não seja vã.

A Palavra de Deus, está repleta de exortações acerca desse ponto fraco que muitos de nós possuímos em nosso temperamento natural.

"Nada façais por contenda ou por vanglória, mas com humildade cada um considere os outros superiores a si mesmo" Filipenses 2:3)

Muita gente não suporta uma posição inferior que o topo do pódio, mas para que se chegue até ele, toda uma "equipe" tem que auxiliar, facilitar, abrir caminhos, para que haja a conquista no final.

Vangloriar-se então, é como desprezar toda "equipe de apoio" que nos ajudou, mesmo no anonimato, a vitória.

Somos "abatidos" dessa glória tão passageira pela presunção de que podemos mais, merecemos mais que todos o reconhecimento e os créditos pela conquista. Sim, nosso orgulho pode nos criar, exatamente o caminho da derrocada e do afastamento. Ao contrário disso, reconhecer que a honra e o mérito é da equipe de apoio pela vida, e humildemente repartir com todos, os benefícios da glória na conquista. Você não acha justo assim?

Eu li em algum lugar uma ilustração, uma fábula bem-humorada que também se aplica ao nosso tema aqui. Não sei se você conhece diferente, mas deixa eu contar do meu jeito, tá bom?

Conta-se que dois gansos, ao iniciar sua migração anual de outono, encontraram um sapo que pediu que o levassem com eles para o nordeste onde o calorzinho de época "dava praia".

Os gansos, muito gentis por sinal, querendo atender a vontade do sapo folgado, pediram que ele arrumasse um jeito, uma forma de ser transportado por eles.

O sapo apresentou um graveto longo de arbusto e os dois gansos o pegaram cada um em uma ponta, enquanto o sapão o agarrava, no meio com seu bocão.
Dessa forma, os três seguiram viagem, com sucesso, em direção as praias mornas do nordeste.

Se ligaram na estratégia do transporte, né?

Aí, Alguns turístas, que se encontravam bronzeando na praia, notaram aquele fato e, com admiração, comentaram em alta voz:

- "Quem teria imaginado algo tão criativo?"

O sapo ouvindo isso, cheio de vanglória, abriu a bocona para responder que havia sido ele, mas, logo que soltou o graveto, despencou lá de cima e se esborrachou em cima de uma pedra na praia. Tá lá um sapo estendido no chão.

Achou engraçado é?

Pergunta se o sapo da nossa estorinha achou, viu?

Desde sempre fomos ajudados, alimentados, suportados, auxiliados, erguidos, apoiados, aconselhados, protegidos, corrigidos, acobertados, para que enfim, chegássemos vitoriosos ao final da jornada. Nossos pais, irmãos e até quem sabe, aquele cunhado chato; aquela tia solteirona, o funcionário tímido da repartição, ou ainda aquele gerente que te promoveu por ter ido com sua cara. Talvez aquela esposa dedicada que cuidou de tudo para que você somente se preocupasse com a carreira, sei lá? Tanta gente, né?

Seu namorado que te apoiou ou ainda, aquela amiga que sofreu e chorou contigo, quando você mais precisou. Que guardou seus segredos mais íntimos e ouviu todas suas reclamações. Quem sabe hein?

Quem sabe quantos "gansos" toparam realizar seus sonhos, levando você junto nas asas de seus próprios sonhos.

É...

Muita gente mesmo contribuiu para que eu e você alcançássemos alguns dos nossos melhores sonhos, foi não?

Então, só para fechar essa reflexão e irmos dormir em paz:

Afinal de contas, você é "Ganso" ou "Sapo" hein?

Um ótimo voo rumo a vitória, tá bom?

domingo, 6 de setembro de 2009

APENAS UM POUCO DE SAUDADE


"O tempo não pára! Só a SAUDADE é que faz as coisas pararem no tempo..."
(Mário Quintana)

Ah! Com que pressa tudo passa, e passando assim tão de pressa, mal dá tempo de sentir o sabor das coisas e o cheiro delas, e já se tornam apenas um pouco de SAUDADE.

Ah! Não há como deter esse momento porque ele não te espera para saboreá-lo ternamente, vagarosamente, preguiçosamente e com aquele prazer que tínhamos quando achava-mos sermos donos do próprio tempo. Então ele se torna também, apenas um pouco mais de SAUDADE.

As recordações são suaves, breves mais generosas ao ponto de parecerem vivas. É somente uns poucos instantes em que pensamos poder aprisionar o tempo para matar uma pequena SAUDADE. Sim, porque para matar uma grande SAUDADE, não há mais nenhum tempo. Porque o tempo não pára e a vida é contínua, e por isso, continua com muita pressa e depressa deixa as recordações na poeira fina e etérea do passado.

Nessa tentativa de reter o momento invocamos nas lembranças as emoções, as sensações, os odores e sabores tão queridos, como fosse assim possível, trazer de volta à memória, tudo aquilo que nos pudesse resgatar a esperança que havia em nossas almas.

Um sorriso que se perdeu na insensatez das promessas juvenis ou uma carícia que jamais se concretizou, são lembranças tristes agora. São apenas um pouco de SAUDADE que merecem o esquecimento, pois nos gera dor, e dor é melancolia, e melancolia é dor. E nem dor nem melancolia merecem SAUDADE.

Uma perda querida, um pai, uma mãe, um filho, um amor tem que virar lembrança doce um dia, para não cristalizar a dor. A dor cristalizada é como um altar erguido para celebrar a tristeza e perpetuar a melancolia. Ela escraviza a mente no tempo e anula as chances de se ser feliz outra vez, ou alguma vez.

Um pouco de SAUDADE apenas, é bom. Apenas um pouco de SAUDADE restaura nossa identidade e nos resgata os sonhos que não devíamos esquecer.

Ah! Um dia que choramos de alegria, e de alegria também quase desfalecemos de risos. Boas lembranças da época da despreocupação natural da adolescência. Se lembra?

Aquela primeira voltinha na bicicleta emprestada,
Nosso primeiro diploma,
O primeiro campeonato que ganhamos,
A primeira vez que os olhares se cruzaram, e neles descobrimos o amor.
E o primeiro beijo "roubado" então?

Ah! Apenas um pouco de SAUDADE da "aurora da nossas vidas" como diria algum poeta mais inspirado.

Ah! Houve tempos difíceis também, é claro. Houve outros tantos que pareciam não passar nunca.

Mas esses não valem a pena parar o tempo para lembrar deles, ao contrário, devemos esquecê-los lá mesmo onde os deixamos.

Sonhos frustrados;
Amores perdidos;
Amizades rompidas;
Palavras malditas;
Pecados perdoados e esquecidos também.

Sim, se perdoados, também esquecidos, não é assim que deve ser?

Se porém temos que ter SAUDADE e parar o tempo para as recordações, que seja então dos bons momentos da breve história de vida que vivemos, e nada mais do que isso. Porque tanto o tempo quanto a vida não param, não param não!

Esse é o momento que não é recordação, mas logo será apenas um pouco de SAUDADE também, não é? Um instante que valerá a pena trazer a memória. Uma lembrança que nos resgate novamente a esperança. Aquela que merece segurar o tempo e dela se ter SAUDADE, ainda que por um pouco de tempo.

Sim, porque agora é presente, o lugar em que estamos preparando apenas a SAUDADE que iremos certamente sentir amanhã, quando igualmente como quase tudo, hoje será apenas um pouco mais de SAUDADE.
Foto: eu com 14 anos

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

DE VEZ EM QUANDO...


De vez em quando é preciso diminuir o ritmo, desacelerar o próprio tempo reduzindo com alguma drasticidade, a velocidade com que passamos desatentos pela vida.

De vez em quando é necessário um choque nos sentidos a fim de prestarmos atenção as coisas que como nós próprios, correm exageradamente em busca de alcançar o que nem sabemos ao certo queremos alcançar.

De vez em quando se faz preciso uma pausa para a observação ao invés da habitual distração com que tratamos os relacionamentos e atropelamos nossas próprias percepções de nossas emoções.

De vez em quando é imprescindível parar. Sim, parar e ver o caminho que estamos indo. Observar atentamente se vamos sós ou caminhamos acompanhados, indo em uma mesma direção. Se assim o for, notarmos quem caminha conosco e atentarmos para os rostos que nos rodeiam. Pois naquele ritmo, naquela ansiedade de irmos, não temos tempo para observarmos aqueles que nos seguem, aqueles que cruzam a nossa frente e de todos que esquecemos para trás.

De vez em quando se faz necessário um balanço no ponto que estamos, de como e porque nos encontramos onde chegamos. Porque não vamos e chegamos a lugar algum sozinhos, não é mesmo? Coisas e pessoas conspiram a nosso favor para que cheguemos bem onde sequer sabíamos que poderíamos chegar. Lembrarmos de onde saímos e quem lá estava na hora da nossa partida. Talvez nossos pais e irmãos. Talvez parentes e amigos que se despedindo por um tempo, aguardam ainda hoje, uma notícia, um retorno. Alguém em quem deixamos saudades ou outrem de quem não esqueceremos jamais.

De vez em quando é preciso deixar de desprezar o tempo que consumimos em afetos e demonstrações de amizade. É necessário contabilizarmos eventuais prejuízos por não cultivarmos aquilo que cativamos.

De vez em quando ainda, é preciso reconhecermos erros e nos permitirmos o arrependimento. É essencial o perdão. É inevitável a mudança. É benéfica a reflexão para que na continuidade do caminho, não cometamos os mesmos erros.

De vez em quando precisamos avaliar as memórias e resgatarmos lembranças para não continuarmos cometendo injustiças com coisas e pessoas que contribuíram para que fossemos mais longe do que nossas habilidades teriam nos levado caso algumas mãos e braços não se estendessem para nos ajudar.

De vez em quando precisamos parar e agradecer as pessoas que foram solidárias e nos estimularam durante o caminho. É essencial agradecermos o "Caminho" pelo que pudemos caminhar. É primordial a gratidão sincera ao Senhor do Caminho.

De vez em quando é benéfico olhar para trás e gastarmos um tempo em observarmos a nossa volta. Fazermos uma avaliação do que estamos e quem fomos e assim projetarmos o que podemos mudar para sermos melhores do que estamos.

Sempre haverá muitos que dependerão de nossas ações e do tempo que estaremos dispostos a gastar com elas. Sempre estaremos na expectativa de muitos que nos cercam. Sempre haverá quem nos acolha se igualmente nos lembrarmos de manter quente e vivo nelas, aquele afeto que cativamos em algum instante do nosso tempo.

De vez em quando é preciso dizer:
- "Te amo!"
- "Eu preciso de você."
- "Você é muito importante para mim, viu?"
- "Muito obrigado!"
- "Me desculpa, tá?"

Agora me parece um bom momento para te dizer isso, não achas hein?

"O tempo é muito lento para os que esperam...
muito rápido para os que tem medo...
muito longo para os que se lamentam...
muito curto para os que festejam...
Porem, para os que amam, o tempo é a eternidade."
(William Shakespeare)