No último dia 5 de outubro, pude falar para uma turma frenética da 8ª série do Ensino Fundamental. Tratava-se de uma série de Conferencias que a Direção e a Coordenação da Escola Municipal João Ramalho, em Cubatão - SP, está fazendo, com palestrantes, de diversas áreas profissionais, tendo como público alvo, os alunos que estão terminando o ensino fundamental.
A moçada, entre 13 e 15 anos, foi reunida no pátio da escola para me ouvirem falar sobre a profissão de arquiteto e aspectos da vida envolvendo esse profissional. Durante quase uma hora e meia, pude contar um pouco sobre minha experiência nessa área, como Arquiteto e Urbanista, sobre mercado, sobre campos de atuação, etc., e tal.
Claro que o grande desafio é realmente encontrar a linguagem ideal, adequada ao entendimento e despertar o interesse desses adolescentes para um assunto desses, nessa época de suas vidas.
Não é mole não, viu?
Havia mais de 90 adolescentes e vários professores na plateia. Procurei, na verdade, dar um depoimento sobre a profissão, sobre as alternativas que esse nobre ofício de formação generalista, permite desenvolver atividades em vários ramos e segmentos de mercado.
Pessoalmente eu acho extremamente precoce que essa turminha tenha que começar a pensar em escolher algo que pode ser para a vida toda. Mas a verdade é que os adolescentes de 14, 15 anos de hoje, possuem um nível de informação muito superior ao que minha geração tinha no início daqueles incríveis anos setenta. Velho? Não, antigo, né?
Mesmo sendo a linguagem a ser usada de difícil adequação, ainda assim, tentei falar sobre a vida, sobre escolhas, sobre eventuais "pedras e perdas" no caminho e a necessidade de correções de percurso. Pude compartilhar alguns dos meus pensamentos sobre a vida profissional após a perda da visão e as dificuldades para retomar a profissão de arquiteto, em virtude da falta de acessibilidade dos recursos e ferramentas de projeto. No meu tempo, os projetos eram na ponta da caneta 'nankim' e na força e leveza do traço livre sobre o papel manteiga e vegetal. Régua "T" debaixo do braço e montão de esquadros caindo pelos vãos das pastas de material de desenho. Eta Saudade, viu?
Não é mole não, viu?
Havia mais de 90 adolescentes e vários professores na plateia. Procurei, na verdade, dar um depoimento sobre a profissão, sobre as alternativas que esse nobre ofício de formação generalista, permite desenvolver atividades em vários ramos e segmentos de mercado.
Pessoalmente eu acho extremamente precoce que essa turminha tenha que começar a pensar em escolher algo que pode ser para a vida toda. Mas a verdade é que os adolescentes de 14, 15 anos de hoje, possuem um nível de informação muito superior ao que minha geração tinha no início daqueles incríveis anos setenta. Velho? Não, antigo, né?
Mesmo sendo a linguagem a ser usada de difícil adequação, ainda assim, tentei falar sobre a vida, sobre escolhas, sobre eventuais "pedras e perdas" no caminho e a necessidade de correções de percurso. Pude compartilhar alguns dos meus pensamentos sobre a vida profissional após a perda da visão e as dificuldades para retomar a profissão de arquiteto, em virtude da falta de acessibilidade dos recursos e ferramentas de projeto. No meu tempo, os projetos eram na ponta da caneta 'nankim' e na força e leveza do traço livre sobre o papel manteiga e vegetal. Régua "T" debaixo do braço e montão de esquadros caindo pelos vãos das pastas de material de desenho. Eta Saudade, viu?
Quem sabe se desenvolvam programas para arquitetos cegos, hein?
Falei sobre a vantagem que a formação de planejador e organizador de espaços, conhecimentos amplos que o curso proporciona e desenvolvimento da parte criativa do pensamento, acabou me favorecendo quando fui trabalhar na área de Comércio Exterior e Transporte Internacional. Hoje essas atividades estão contidas na Logística. Uma área igualmente muito interessante, e muito solicitada no mercado de trabalho da Baixada Santista. Já existem alguns cursos para a formação desses profissionais por aqui também.
Durante a explanação livre, pude dar pequenos depoimentos e vida para aquela moçada inquieta e até certo ponto, irreverente. O 'feed-back' veio algumas horas mais tarde, quando a Coordenadora que me convidou, para falar sobre a profissão de arquiteto, foi procurada por uma aluna que disse que estava pensando em fazer Arquitetura. Eu pensei:
- "Ufa! Alguém foi contagiado."
Enquanto estive lendo algumas atualizações para poder não "pagar por um mico e comprar um gorila", eu li que existem no Brasil, cerca de 170 escolas de Arquitetura e Urbanismo e que mais de 55000 alunos iniciam o curso. Também que são lançados no mercado anualmente, cerca de 6000 novos profissionais. É gente prá caramba, né não?
Pude contar ainda, com a participação ativa da minha maior colaboradora, incentivadora e "crítica literária"...(rsrs), minha esposa Vivian. Além de assistente de congressista "caido do caminhão de mudanças"...(rsrs), ela também registrou o evento com a lente esperta da sua câmera fotográfica.
Bem, na verdade o maior beneficiado com tudo isso foi o palestrante, eu próprio. Ao final da minha fala, a turma aplaudi-o com grande alarido, próprio dessa efervescente idade. Foi ótimo mesmo. Não sei se porque gostaram ou porque enfim, acabei de falar, né? O fato é que me senti gratificado e feliz por nessa altura do campeonato, ter sido útil com a minha história, experiência e atitude, após ter eu mesmo, ter que arrancar algumas "pedras" do caminho.
Sei que ali havia sonhos enormes em mentes tão jovens. Realidades diferentes, mas histórias tão frequentes. Uma geração que cada vez mais prematuramente, é pressionada a fazer escolhas tão importantes para a vida toda, em um momento da vida em que estão em desenvolvimento físico, emocional e intelectual. São infelizmente, sinais dos tempos.
Mas essa escola não se eximiu da responsabilidade e solidária com os pais dos alunos, e se apressa em agregar valor ao curso. Estão de parabéns pela iniciativa, viu?
Essa experiência nova também para mim, permitiu uma reflexão e inspirou um pensamento.
Diante de nós se encontram caminhos toda hora, e assim sempre é hora outra vez de escolhermos em qual deles seguiremos á partir de agora.
Se permanecemos na mesma estrada que nos leva onde achamos que estaremos sempre seguros; ou, se arriscamos uma escolha nova, e enfrentamos igualmente, um destino melhor apenas imaginado.
Diante de nós se encontram caminhos. É hora outra vez de escolhermos em qual deles seguiremos.
Se iremos pelos caminhos conhecidos de outras gerações para experimentarmos as mesmas sensações que elas, sentiram; ou se escolhemos caminhos menos conhecidos e desbravamos percursos poucos experimentados.
Sim, porque não podemos nos omitir de fazer certas escolhas. Elas se apresentam diante de nós cada vez mais precocemente. Cada nova geração que se põe na caminhada, se vê constrangida a tomar decisões que poderão impactar drasticamente, todo o caminho.
As alternativas são muitas e estão diante de nós. Umas, longamente experimentadas e por isso mesmo, consideradas seguras e confiáveis; outras alternativas, são sinais dos tempos, frutos das modificações e transformações ocorridas em nossa sociedade. Mas tanto umas como as outras estão aí, prontas para serem trilhadas.
*
Ah! Um recadinho para aquela turminha:
Falei sobre a vantagem que a formação de planejador e organizador de espaços, conhecimentos amplos que o curso proporciona e desenvolvimento da parte criativa do pensamento, acabou me favorecendo quando fui trabalhar na área de Comércio Exterior e Transporte Internacional. Hoje essas atividades estão contidas na Logística. Uma área igualmente muito interessante, e muito solicitada no mercado de trabalho da Baixada Santista. Já existem alguns cursos para a formação desses profissionais por aqui também.
Durante a explanação livre, pude dar pequenos depoimentos e vida para aquela moçada inquieta e até certo ponto, irreverente. O 'feed-back' veio algumas horas mais tarde, quando a Coordenadora que me convidou, para falar sobre a profissão de arquiteto, foi procurada por uma aluna que disse que estava pensando em fazer Arquitetura. Eu pensei:
- "Ufa! Alguém foi contagiado."
Enquanto estive lendo algumas atualizações para poder não "pagar por um mico e comprar um gorila", eu li que existem no Brasil, cerca de 170 escolas de Arquitetura e Urbanismo e que mais de 55000 alunos iniciam o curso. Também que são lançados no mercado anualmente, cerca de 6000 novos profissionais. É gente prá caramba, né não?
Pude contar ainda, com a participação ativa da minha maior colaboradora, incentivadora e "crítica literária"...(rsrs), minha esposa Vivian. Além de assistente de congressista "caido do caminhão de mudanças"...(rsrs), ela também registrou o evento com a lente esperta da sua câmera fotográfica.
Bem, na verdade o maior beneficiado com tudo isso foi o palestrante, eu próprio. Ao final da minha fala, a turma aplaudi-o com grande alarido, próprio dessa efervescente idade. Foi ótimo mesmo. Não sei se porque gostaram ou porque enfim, acabei de falar, né? O fato é que me senti gratificado e feliz por nessa altura do campeonato, ter sido útil com a minha história, experiência e atitude, após ter eu mesmo, ter que arrancar algumas "pedras" do caminho.
Sei que ali havia sonhos enormes em mentes tão jovens. Realidades diferentes, mas histórias tão frequentes. Uma geração que cada vez mais prematuramente, é pressionada a fazer escolhas tão importantes para a vida toda, em um momento da vida em que estão em desenvolvimento físico, emocional e intelectual. São infelizmente, sinais dos tempos.
Mas essa escola não se eximiu da responsabilidade e solidária com os pais dos alunos, e se apressa em agregar valor ao curso. Estão de parabéns pela iniciativa, viu?
Essa experiência nova também para mim, permitiu uma reflexão e inspirou um pensamento.
Diante de nós se encontram caminhos toda hora, e assim sempre é hora outra vez de escolhermos em qual deles seguiremos á partir de agora.
Se permanecemos na mesma estrada que nos leva onde achamos que estaremos sempre seguros; ou, se arriscamos uma escolha nova, e enfrentamos igualmente, um destino melhor apenas imaginado.
Diante de nós se encontram caminhos. É hora outra vez de escolhermos em qual deles seguiremos.
Se iremos pelos caminhos conhecidos de outras gerações para experimentarmos as mesmas sensações que elas, sentiram; ou se escolhemos caminhos menos conhecidos e desbravamos percursos poucos experimentados.
Sim, porque não podemos nos omitir de fazer certas escolhas. Elas se apresentam diante de nós cada vez mais precocemente. Cada nova geração que se põe na caminhada, se vê constrangida a tomar decisões que poderão impactar drasticamente, todo o caminho.
As alternativas são muitas e estão diante de nós. Umas, longamente experimentadas e por isso mesmo, consideradas seguras e confiáveis; outras alternativas, são sinais dos tempos, frutos das modificações e transformações ocorridas em nossa sociedade. Mas tanto umas como as outras estão aí, prontas para serem trilhadas.
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Ah! Um recadinho para aquela turminha:
Tratem de passar de ano, senão vão ter que ouvir o "Tio" falar tudo de novo ano que vem, hein!
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