sexta-feira, 27 de agosto de 2010


Era já bem cedinho.

O sol já tinha nascido por detrás dos prédios da grande metrópole, e o seu calor aquecia o topo da árvore da pequena praça na periferia, enchendo os seus galhos mais altos da luz da manhã de primavera.

Naquele bairro também já se podia ouvir os sons das casas. As pessoas já agitadas, se aprontando para sair para o trabalho, e as crianças fazendo aquele alvoroço matutino para ir para a escola.

Pessoas meio atrasadas, correndo para o ponto de ônibus, enquanto as lotações saíam apinhadas de trabalhadores; uns aflitos, outros ainda sonolentos.

Sons de buzinas por todo lado dão conta que o trânsito já está complicado logo as primeiras horas do dia, com as pessoas apressadas e ansiosas para irem do bairro para o centro da cidade.

Algumas mulheres lavando e varrendo as calçadas se atrapalhando com aqueles transeuntes nervosos passando de lá prá cá, indo e vindo afobados para não perderem a hora.

Sons irritantes e barulhos incômodos por todos os lados, despertadores, apitos, buzinas, caminhões de serviços, e construções, se misturam compondo uma orquestra frenética e desafinada.

Todo esse conjunto compõe o cenário daquele lugar e dá a atmosfera daquela maravilhosa manhã de sol da primavera.

E toda essa intensa agitação do local, está sendo observada do alto da copa de uma árvore florida, no meio da pracinha, por dois pequenos pardais. Então o menorzinho se vira para o maior e pergunta:

- Pai, por que é que os seres humanos vivem tão ansiosos e agitados?

E então o maior, vira-se serenamente para seu filho, dá-lhe uma bicadinha suave na cabeça, e com toda segurança responde:

- Filho, é porque eles não têm um DEUS como o nosso, que cuida da gente.

Essa pequena fábula que ouvi há muito tempo em um sermão na minha igreja, e que recentemente foi contada pelo Pr. Ed René Kivitz em um culto que ouvi pela Internet, me remete as Escrituras Sagradas onde eu queria refletir um pouquinho com você também, posso?

- Até que ponto, todos nós que acreditamos em Um Deus soberano, criador e cuidador da sua criatura e criação, realmente cremos que Ele é suficientemente para fazer isso por nós, hein?

- Até onde vai a nossa confiança nesse Deus que estufamos o peito para dizer que cremos?

- De que tamanho é a nossa fé nesse Deus?

- Qual é o nosso grau de dependência Dele?

- Em que nível está o nosso relacionamento com esse Deus a quem curiosamente chamamos de PAI?

Sabe, meu ansioso e preocupado amigo, Jesus, o Filho do Deus a quem me refiro, quando esteve por aqui fazendo a obra do Pai, além de consumar o Plano da Salvação, e reconciliação da criatura com o Criador, deixou-nos ensinamentos incríveis de como acontece esse relacionamento da parte do Pai com a sua criação. Lembra-se do pardal da nossa ilustração? Pois bem: Olha só o que Jesus disse:

"Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?" (Mt. 6:26)

Fala sério! Uma bofetada com "asas" de pelica, né não?

Não é apologia a preguiça e a vagabundagem não, viu? Não confundir que não precisamos fazer nada como os pardais, os bem-te-vis, beija-flores, tucanos e papagaios, que não fazem nada e o SENHOR alimenta cada um com sua comidinha favorita.

Não é isso não!

É sobre como andamos demasiadamente ansiosos pelas coisas da vida.

Comida, bebida, vestimenta, teto, trabalho, escola, dinheiro, conforto, casa, dinheiro, lazer, carro novo, dinheiro, dinheiro, dinheiro e mais dinheiro, com os quais nos preocupamos além, muito além do que realmente precisamos.

"Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos? (Porque todas estas coisas os que não acreditam procuram). De certo vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas;" (Mt. 6:31-32)

Se de fato e de verdade nos lançamos debaixo das asas do Pai, e assim descansamos em sua eterna capacidade de cuidar de seus filhos, todas essas coisas nos são gerosamente dadas, que o próprio Jesus ensinou como, ao concluir:

"Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Não vos inquieteis, pois, pelo dia amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal." (Mt. 6:33)

Veja bem: Eu não digo isso porque estou imune a essas preocupações, e sequer porque estou num patamar tão alto, tão elevado quanto aquele pai pardal da nossa fábula no início. Totalmente seguro mesmo dependente da providência de DEUS Pai.

Eu de fato, acredito que precisamos aprender a confiar completamente no PAI, que com todo amor, tem suprido as nossas necessidades, as que merecemos e principalmente, as que não merecemos, em forma de bençãos diárias.

Haverá sim outro amanhecer.

Existirá inúmeras manhãs ensolaradas de primaveras, verões, outonos e mesmo invernos, em que as misericórdias do Senhor se renovarão sobre a vida dos pardais, dos bem-te-vis, dos beija-flores, dos tucanos e papagaios, da minha e da tua vida. Sim, DEUS cuida de nós!

Não porque eles ou nós mereçamos, mas porque DEUS é Pai, e Ele é Fiel; Sua fidelidade se renova todas as manhãs desde sempre e para sempre.

"Até o pardal encontrou casa, e a andorinha ninho para si, onde ponha seus filhos, até mesmo nos teus altares, SENHOR dos Exércitos, Rei meu e Deus meu." (Salmo 84:3)

Um comentário:

Denise disse...

Oi amado, a paz do Senhor! É muito bom saber que Deus cuida de nós. Mas sabemos que temos que fazer a nossa parte também, e não simplesmente ficar deitado numa rede, cantando: "o que for pra mim, do céu há de vir..." Tem gente que pensa que pode ficar deitado eternamente em berço esplêndido, só esperando as coisas caírem do céu... aí, depois reclama, diz que pobre não tem sorte, não é mesmo? Quantas vezes já não ouvimos pessoas falarem isso? Muito boa essa sua mensagem. Deus abençoe e continue usando tua vida. Um abraço. Dá um beijão na Vivian por mim, ok?