segunda-feira, 31 de maio de 2010

QUANTA GENTILEZA, HEIN!

Tem coisas que aborrecem tanto a gente que perdemos a elegância momentaneamente. E uma dessas coisas é receber algo não solicitado como por exemplo, um cartão de crédito. Você quer algo mais chato, mais desagradável do que querer que a gente engula um negócio que não quer e não pediu? Não é chato, hein?

Da última vez que isso aconteceu conosco, eu até fiquei irado por demais. Tínhamos ido a uma loja de departamentos, uma dessas grandonas que tem por todo mundo, para comprar um sapato. Mal a gente pisou no primeiro metro do piso da loja, já fomos abordados por uma gentil vendedora que foi nos oferecendo o cartão da loja. Pegou a cena?

Pois bem... Dissemos que não estávamos interessados e fomos escolher o sapatinho da minha princesa, a patroa. Não tinha o de cristal que ela merece, e acabamos comprando um de couro legítimo - como diria minha exigente mãezinha. Quando olhamos para o lado, não é que já havia outra gentil vendedora ofertando "de grátis" o danado do cartão da loja - "sem anuidade", dizia ela. Minha esposinha, igualmente simpática , caiu naquela de perguntar o que era preciso para ter o cartão.

(Pausa para uma observação: Se você não está a fim de ficar grudado no chiclete, não pergunta nada para a vendedora de loja de departamento, tá? Quem avisa amigo é!)

Encurtando a conversa... Acabamos "ganhando" não um cartão, mas pasmem... dois cartões totalmente "de grátis".

Fomos ao balcão da financeira. Fornecemos os dados solicitados, e depois de tudo verificado, a moça muito gentilmente, ofereceu o cartão de crédito da mesma financeira, com aquelas "vantagens" todas, pelas quais haveria uma pequena anuidade. Evidentemente eu disse gentilmente, mas já nem tanto, que não queríamos, até porque já tínhamos cartão. Assinamos aqueles papéis de praxe e fomos passear.

Não é que uma semana depois, chegou pelo correio, um envlopão pesado, com, não dois cartões da loja, mas seis cartões. Entendeu? Isso mesmo, seis cartões. Três da loja e três de crédito.

Já o sangue calabrês subiu na testa na mesma hora. Mas logo arrefeceu com a perspectiva de que se não usar não vão cobrar. Ledo engano. Dias depois chegou a fatura da compra e uma outra fatura cobrando a primeira de três parcelas da anuidade do titular e dos cartões adicionais. Tá bom prá você ou quer mais, hein?

Após várias ligações, e um tempão inútil de espera no telefone, para no final escutar a mensagem da gentil secretária eletrônica, para que procurássemos a loja mais perto. Indignei geral e quase pirei total. Ninguém merece tanta gentileza, né não?

Devo confessar que fiquei "apertado dentro das minhas calças" e até ensaiei uma porção de frases demolidoras, para despejar em cima da primeira gentil vendedora da loja. Sim, porque normalmente sou praticante da gentileza e cortesia, coisas que prezo e admiro nas pessoas. Mas eu estava 'brabo' mesmo, e admito, fui "armado" de cinco pedras, pronto para despejar no balcão à primeira pergunta que me fosse feita. Tinha na ponta da língua o argumento, a réplica, a tréplica e por ai vai. Sabe quando você vai ensaiando o texto com a sua esposa durante todo o trajeto? Pois foi.

Chegando na loja, fomos diretamente ao balcão da financeira e achamos a gentil atendente, que ao ver minha imponente bengala branca, deu a preferência na fila e nos convidou a assentar a sua frente. Aquilo já me desarmou umas duas pedras da mão, viu? Então ela muito gentil perguntou o que poderia fazer por nós.

Eu comecei a explicar tudinho, me contendo enquanto segurava as outras três pedras - metafóricas é bom que se diga aqui, né? Ela me ouviu e ao terminar, me disse que iria ligar, e já foi ligando, para a financeira. Sempre com muita cordialidade, falando com a colega ao telefone e conosco, resolveu em poucos minutos aquela situação.

Pediu desculpas pelo ocorrido e cancelou todos os cartões de crédito com a maior tranquilidade e simpatia. Fiquei murcho! Larguei as outras pedras da mão, e fiquei até frustrado por não ter tido a chance de usar todos os meus argumentos tão bem ensaiados. A gentileza daquela atendente quebrou as minhas pernas e me lançou de cara no chão. Se ela tivesse agido de outro modo, a minha ira teria sido alimentada, mas sua resposta serena, com efeito me desarmou completamente.

Quase imediatamente me veio ao coração a aplicação das Escrituras que com sabedoria diz: "A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira." Aquela moça, de fato e de verdade, usou intuitivamente ou não dessa sabedoria, e ao fazer isso, me constrangeu o coração. Fiquei envergonhado.



Sim, porque eu, na minha indignação justificada, de cidadão/consumidor, estava atropelando aquilo que mais acredito e firmemente defendo em todos e para todos. A Gentileza gera a gentileza.

Assim é que a gente deve mesmo se policiar constantemente, para não sermos contaminados pelo excesso de grosserias e descortesias que imperam na sociedade dos nossos dias.

Sabe, nas mesmas Escrituras, tem uma Palavra do apóstolo Paulo que diz? "Bem-aventurado aquele que não se condena a si mesmo naquilo que aprova." que aqui utilizo, mesmo descontextualizada, mas que lança ensino sobre essa prática e suas verdades ao nosso coração.

Nós gostamos de ser atendidos com gentileza, logo devemos atender as pessoas com gentileza também.

Criticamos aqueles que não dão lugar as grávidas e idosos no ônibus, mas e quando o único fora dessas condições é você, hein?

E na fila do caixa, damos preferência aos deficientes e idosos?

No estacionamento deixamos as vagas especiais para cadeirantes exclusivamente para eles, ou damos aquela de 'mané' e ocupamos essas vagas?

Respondemos com um sonoro "obrigado" quando ao espirrarmos, alguém nos diz: "Saúde!"

Retribui-mos um "Bom dia" com outro "Bom dia" ou ao menos um sorriso, um gesto simpático. Fazemos isso?

Cumprimentamos um trabalhador uniformizado que varre a calçada da nossa casa ou simplesmente o ignoramos?

O carteiro que nos entrega as nossas correspondências todos os dias, agradecemos? Sabemos o seu nome? Sua aparência?

Costumamos demonstrar gentileza com os nossos vizinhos, ajudando-os a carregar suas compras quando estão atrapalhados com elas?

Desenvolvemos o saudável hábito de agradecer o garçom que nos serve o almoço, ou as nossas esposas quando servem nosso prato no jantar?

Elogiamos nossos filhos pelo bom desempenho na escola ao lermos seu boletim? Fazemos isso?

Nem sempre, não é mesmo? Mas nos aborrecemos quando não recebemos essas gentilezas, essas delicadezas, essas cortesias para com a gente, né não? Cobramos gestos elegantes e atitudes corteses de todo mundo, mas nos incluímos nisso, ou não?

É duro constatar que essas práticas são confundidas com fraquezas, frescuras e "coisa de mulherzinha", se é que me entendes. Mas não vá usar isso como desculpa para ser um tosco, grosseiro. Faça a sua parte mesmo que seja o único a fazer. Não justifique uma falta de gentileza porque "todo mundo faz" que isso sim, é hipocrisia, né?

Agora, e no ambiente virtual. Recentemente eu compartilhei um texto sobre esse assunto, "Gentileza gera gentileza", muito bem escrito pela jornalista Eliane Brum, e que me foi repassado por uma amiga.

O retorno ao e-mail que enviei, estatisticamente foi uma decepção. Um reflexo de que nem mesmo nesse aparente descompromissado mundo virtual, as pessoas atentam para a pratica da gentileza.

Claro! Louvores aos 3% que retornou e gentilmente comentou a crônica dela. Muito obrigado pelas respostas generosas, tá?

Ah! Você tem o hábito de agradecer a Deus por todas as gentilezas despejadas em forma de bençãos diárias sobre a sua vida e de seu lar, hein?

Sim, minha querida e distraída amiga, e meu simpático amigo... "Gentilezas geram gentilezas" horizontais e verticais também, viu?

Pense nisso!

sábado, 29 de maio de 2010

O MANDRUVÁ - METÁFORA DO MEDO

Quando eu era um menino, eu tinha muito medo de mandruvá. Não que eu tivesse tido algum contato com ele, mas hoje eu acredito que de tanto ouvir o meu pai dizer que era o seu único medo também.

Sabe, não era nenhum medinho, coisa leve não! Era capaz de me produzir até pesadelos com o tal do mandruvá, viu? Você sabe o que é mandruvá? Não sabe não, hein? Pois é uma lagarta cheia de pelos 'espinhudos' que ao serem tocados, produzem uma dor de queimadura terrível que só.

Depois de anos, já estávamos morando na praia, eu descobri um novo e definitivo medo.

Gostava demais de mar e ia quase todos os dias. Jogava futebol de areia com a turma, e depois, mergulhava no mar para retirar a areia do corpo. Aproveitava para pegar 'jacaré' nas ondas, e muitas vezes, para isso, ia até mais fundo, mais longe da praia, prá lá da arrebentação.

Um dia, estávamos eu, um amigo e duas amigas, pedalando um daqueles barcos tipo pedalinho, e para fazer 'presença' para as garotas, mergulhei de cima do barco e fui cair exatamente no meio de um cardume de sardinhas.

Você não imagina a sensação terrível que é sentir milhares de peixes esbarrando em você, trombando com o seu corpo enquanto você está ali, boiando no meio do mar.

Meu medo me fez ver uma mancha enorme, escura, apavorante, se movendo junto com o cardume de sardinhas, como fosse um peixe grande atacando os pequenos. E eu ali, de sobremesa. Percebeu?

Havíamos assistido a pouco tempo atrás, o lançamento do filme do Tubarão, e aquelas imagens ainda estavam impressionadas na minha mente. Pareceu-me ouvir até aquela musiquinha sinistra do filme que precedia a entrada em cena do 'peixão dentuço'.

Foi naquele dia que eu descobri o que era sentir medo de verdade. Mas diferente de muita gente que paralisa numa situação dessas, eu consegui chegar ao barquinho e subir sem demonstrar todo o pavor que acabara de passar.

Essa experiência acabou com a minha carreira de surfista, ou de mergulhador profissional. Claro que eu não tinha nenhum talento para nenhuma dessas profissões, mas se tivesse, teria acabado ali mesmo, viu?

Sabe, o medo é um sentimento legítimo, mas ele não pode governar a vida da gente. Pode não, né? Todo mundo já teve, tem ou vai ter medo de alguém ou alguma coisa.


É comum esse sentimento em nós, e natural também. Na maioria das vezes ele atua como uma proteção, nos livrando de muitas encrencas e perigos no nosso cotidiano.

Existem medos porém, que atrapalham as nossas vidas. Medos que paralisam, que lançam a dúvida nas mentes das pessoas e impedem de se desenvolverem, de crescerem profissionalmente, emocionalmente e de serem felizes.

Dúvidas que lançam o medo de amar e não ser correspondido; de ser rejeitado. É uma coisa terrível mesmo, não é?

Medo de perder um 'status' conquistado no trabalho, por exemplo. E de ficar desempregado no meio dessa crise então... É apavorante, né não?

Medo de perder uma amizade; medo de não ser aceito; medo de ficar velho.

Muitos e variados são os medos que sozinhos ou associados, vão atrapalhando e adiando a nossa felicidade, enchendo as almas de dúvidas e temores.

Sim, existem medos que roubam as oportunidades para conquistar um lugar ao sol. Mostrar nossa capacidade e talentos. Medos que mantém as almas escondidas em si mesmas.

Eu nunca deixei de ir à praia e dar meus mergulhos, apesar daquele trauma na juventude. Jamais os meus medos de criança impediram que eu fosse à luta e buscasse cada um dos meus sonhos com muita vontade. Nunca deixei de me esforçar de verdade, mesmo quando houve mudanças dramáticas na minha vida. Nem mesmo as perdas físicas, profissionais, afetivas, tiraram do meu coração a ousadia, a coragem de permanecer na luta. Porque essa seria mesmo a pior coisa que poderia ter me acontecido, ou acontecer para qualquer pessoa. Faltar coragem para continuar, para se expor e arriscar outra vez, e tantas quantas forem necessárias para conseguir.

A ousadia não elimina o medo, apenas não permite que este o impeça de caminhar em direção aos seus sonhos.

"Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com freqüência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar." (William Shakespeare)

Já aquele tal de mandruvá... não dá não. Só Jesus mesmo, viu?

sexta-feira, 21 de maio de 2010

TEMPO DE TROCAR AS ROUPAS VELHAS



Outro dia, saímos para comprar umas roupas novas. Tínhamos algumas peças que a gente estava mesmo precisando, mas como sempre, acabamos comprando mais do que era preciso.

Ao tentarmos acomodar as vestes novas no guarda-roupa, percebemos que ele tinha encolhido bastante. Não cabia nada do que havíamos comprado.

Deve ser algum efeito estranho do clima que provoca esse encolhimento dos móveis, né?

Bom, não tendo jeito, resolvemos fazer uma faxina nas gavetas e nos cabideiros. Você não imagina a quantidade de roupa velha, de acessórios fora de moda, de porta-trécos recheados de coisas inúteis e um monte de outras aguardando reparos que jamais serão feitos.

Difícil escolher o que não se quer mais guardar; o que não serve mais em nossos corpos. Sim, porque deve haver algum outro estranho efeito do clima que encolhe as nossas roupas no armário com o passar dos anos, né?

Difícil também é se desfazer de trecos que foram guardados para marcar eventos, momentos e sentimentos que queríamos preservar materializados em pequenas bugigangas.

Nesse momento a gente percebe o quanto é difícil se desfazer de coisas que antes eram tão importantes, mas que o tempo se encarregou de retirar os significados. Mesmo assim, na hora de colocar no saco para serem doados ou descartados, notávamos haver uma certa relutância interna. Em algumas roupas encontramos papéis, recibos e outros documentos, que traziam a memória, quando foram usados pela última vez, e resgatamos até o próprio evento. Dava para escrever uma breve história cada recordação.

Mas eu não estou aqui contando isso à toa não, viu? Eu queria ilustrar com isso, a grande dificuldade que todos temos em nos desfazermos de velhas roupas, velhos hábitos e vícios. Como é complicado a gente se livrar de manias, tristezas, mágoas e ressentimentos então, hein? Tudo coisa inútil!
Todavia, é preciso um esforço grande para lançarmos fora. É necessário uma boa dose de ousadia para rompermos com esse círculo vicioso que prende as nossas mentes dentro das gavetas, dentro do guarda-roupa. Percebeu que eu não disse armário, né?

Fizemos algumas familias felizes por receberem aquillo que para nós não servia mais, mas que seria tão útil para elas. Agora, depois que conseguimos nos desfazer de tudo aquilo que entulhava nosso guarda-roupa, além de colocarmos todas aquelas roupas novas no lugar das outras, ainda por cima , nos sentimos leves e aliviados. Sensação ótima, como se algo de sobre nossos ombros tivesse sido retirado com a mão.

E é exatamente sobre essa sensação onde eu queria chegar. Demorou, mas cheguei!

Na nossa vida física, tanto como na espiritual, há momentos em que precisamos mesmo fazer uma bela faxina. Abandonar as coisas velhas. Esvaziar os nossos corações das coisas que ficaram para trás. Livrar as nossas mãos dos fardos velhos. Deixar livre para que seja tudo arejado, limpo e desimpedido para que algo novo, melhor, revigorante, desconstruido, sem remendos e contaminações, possam ocupar o espaço livre em nossas novas vidas.

Cabe aqui a gente ressaltar, que isso é um processo que de vez em quando, precisa ser feito, refeito. Que algumas coisas podem ser reaproveitadas, ajustadas, recicladas, devido sua importância e valor. Mas a essência de toda essa mudança, é sempre estarmos com a mente renovada e o coração limpo. Entendeu isso?
Então, aproveitando a mudança de estação, faça uma faxina no "interior" do seu guarda-roupa, tá bom?

"E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus." (Rm. 12:2)

segunda-feira, 17 de maio de 2010

QUEM VÊ CARA NÃO VÊ CORAÇÃO


Não sei se você também tem a impressão de que a vida das outras pessoas a sua volta, é mais interessante do que a sua.Tem ou não?

É muito mais comum do que a gente pode imaginar. Tanto que as pessoas acreditam nisso, que vivem tentando se parecer com aqueles personagens, personalidades, celebridades.
De uma forma equivocada até, acreditam que aquela aparência toda de sucesso, glamour, felicidade, e ausência de problemas, merece ser desejada e imitada.

As pessoas imaginam que as suas próprias vidas sejam medíocres se comparadas a de todas outras. E assim imaginando, vivem uma fantasia, uma ilusão perigosa. Não viver as suas próprias!

Sabe, pelas aparências, ninguém pode dizer que conhece alguém tão bem que possa almejar, ter a mesma vida que ela. É uma roubada, viu?
Como meu pai costumava dizer em seus aconselhamentos pastorais: "Para se conhecer uma pessoa é preciso comer um saco de sal com ela." Claro, é preciso conviver estreitamente com alguém para ver o quão semelhante ele é de nós mesmos, ou quão diferentes são do que transparecem ser. Tipo assim: "Por fora bela viola; por dentro, pão bolorento." Entendeu, né?

Muita gente no entanto, ao ver os sinais de prosperidade do seu vizinho, se imagina menor por não possuir essas evidências em sua vida. E então, sofrem com isso. Mas ainda nessa situação, o que a sabedoria dos antigos nos adverte é de que muitos desses "Comem sardinhas e arrotam caviar." Pura fachada!

Sim, a tendência de todos, é valorizar suas virtudes, e vitórias com demonstrações exuberantes de felicidade, enquanto procuram esconder sistematicamente, seus fracassos,ou suas fraquezas.

Mas com a idade, a experiência e a vida, a gente vai percebendo que isso não é verdade não! Que todos temos problemas, conflitos, transtornos, aflições, fraquezas, tristezas, medos, deslizes, erros e fracassos.

Que ninguém é mais feliz do que você pode ser também. Que eu, você e todos os outros, estamos no mesmo barco e sujeitos as intempéries da vida; aos agitos do mar e as ressacas das marés.

Ainda assim, muitas pessoas que nós imaginamos sejam felizes, economicamente estáveis, e que não tenham nada mais importante a reclamar, parecem sentir uma espécie de vazio em suas almas. Uma espécie de frustração que nem sabem ao certo explicar de onde vem. Tá! Mas afinal de contas, de onde vem isso?

Talvez seja daquela sensação de que estejam ocorrendo coisas muito mais interessantes ao nosso redor, na vida dos seus vizinhos, e até no apartamento ao lado. Como o mundo todo estivesse em permanente festa e que você nem sequer convidado foi.

As nossas mentes são bombardeadas com informações de sucesso, de prosperidade, de alegria intensa, de riqueza, e glamour. Programas de TV, revistas, anúncios, e por aí vai, dão a nós, a falsa impressão de que estamos perdendo algo importante demais; algo tão essencial que não poderíamos ficar de fora.

Assim, a impossibilidade de estarmos em todos esses "eventos", causa em muitas mentes, aquela sensação de vazio existencial; aquela sensação de que a nossa vida não possui nenhum atrativo, nenhuma graça.

Hoje mesmo, já existem recursos virtuais, onde as pessoas são convidadas a participarem de uma vida de fantasias. Ser uma outra pessoa, viver uma segunda vida, paralela a sua realidade que tanto aborrece. Tolices tecnológicas perigosas, não é mesmo?

Somos únicos, indivíduos interessantes e em quem há graça. Nada do que se apregoa em todas as mídias, que são para consumo dos produtos, e consumição das pessoas, pode substituir a paz, a alegria, a familia, os amigos, nossas dúvidas e certezas, porque isso é a nossa história. Logo, devemos escrever essa história com as nossas experiências reais, e também, com algumas das nossas próprias fantasias.
Não precisamos invejar as "fantasias" dos notáveis, mesmo porque, "Quem vê cara, não vê coração", né não?

Olhe-se melhor e preste atenção. Você é tão interessante que tem muita, muita gente mesmo, que te admira, e gostaria de ser como você, viu?

Você é único!

Ah! Você também é única!

Claro, eu também não tenho prá troca não, viu?

"Filho meu, se o teu coração for sábio, alegrar-se-á o meu coração, sim, o meu próprio. E exultarão os meus rins, quando os teus lábios falarem coisas retas. O teu coração não inveje os pecadores; antes permanece no temor do SENHOR todo dia. Porque certamente acabará bem; não será malograda a tua esperança. Ouve tu, filho meu, e sê sábio, e dirige no caminho o teu coração." (Provérbios de Salomão 23:15-19)

quinta-feira, 13 de maio de 2010

CHAMADOS E ESCOLHIDOS

Se eu tivesse de novo os meus 14 anos, e tivesse a chance de escolher uma nova profissão, uma outra carreira, talvez eu escolhesse ser jogador de futebol.

Hã? Como assim!

Bom demais fazer parte desse grupo seleto de gente que tem as portas do sucesso abertas, escancaradas até, e que com um pouco mais de talento, esforço pessoal e uma pitada de sorte, podem chegar a Seleção principal do país.

Isso é para muito pouca gente, né não?

Ser escolhido para representar o Brasil na Copa do Mundo de Futebol... Já pensou nisso?

Nosso país sempre foi pródigo em fazer atletas fantásticos nesse esporte criado pelos bretões e aprimorado pelos tupiniquins. Fato esse que no dia sete de maio passado, todos os olhares da nação brasileira, e alguns outros milhões, dos países adversários, ficaram atentos a escolha da "Seleção canarinho" diante da TV.

O nosso técnico Dunga, era então, o 'rei da festa' e tinha sobre si, todos os holofotes, câmeras e microfones da mídia nacional, internacional, e até da imprensa argentina, viu?

Era a hora da escolha final dos jovens atletas que teriam a honra de vestirem a camisa amarela mais famosa, temida, e desejada do planeta, da galáxia, e até de Brasília.

Durante os últimos quatro anos, o Dunga, nosso simpaticíssimo e inoxidável técnico, havia chamado e testado uns 'trocentos ' jogadores. Agora, na hora de começar a festa, ele teria que escolher apenas os 23 melhores jogadores, na opinião dele, é claro, né?

Entre todos os que foram anteriormente chamados, aquela expectativa de serem escolhidos era imensa, imagino eu. Eu estaria, você não?

Tinha gente roendo o cotoco da unha do dedão do pé com chuteira e tudo, podes crer, viu?

E então, com toda aquela pantomima hollywoodiana, que a ocasião merecia, ou não, o Dunga apresentou para o mundo, aos argentinos e para Brasília também, "OS ESCOLHIDOS".

Na verdade, pouquíssimas surpresas. Previsível, ou teimoso, o grupo escolhido pelo Dunga, do meio de tantos anteriormente chamados, somente reservou uma surpresa ao final de todo esse trabalho de anos. Um dos primeiros chamados, testado, valorizado, aclamado, e por aí vai, foi cortado do grupo seleto que vai participar da festa.

Sim, o 'imperador' Adriano, foi cortado.

Oh! Em seu lugar foi escolhido 'Grafite'... espanto geral. Na derradeira convocação, em um amistoso sem maiores consequências, surgiu o último escolhido para vestir a tão sonhada camisa amarela, e participação na maior festa do futebol mundial.

Sabe, para mim, o episódio dessa badaladíssima convocação, inspirou uma reflexão. Não é uma coisa nova, e também não fui eu que a inventei. Todavia, assim como a vida conclama as pessoas para viverem a festa da vida, e dá oportunidades , de uma forma ou de outra, para que todos possam ser escolhidos, assim também na relação homem e DEUS, se estabelece algo semelhante.

"Assim os derradeiros serão primeiros, e os primeiros derradeiros; porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos." {Mt. 20:16}

Se você tiver o entendimento e a curiosidade de saber o contexto desse versículo, dê uma folheada nesse trecho da Bíblia, no Evangelho de Mateus, onde JESUS, mais uma vez se utiliza de uma parábola, para explicar o Reino de DEUS. Vá lá! Você vai compreender a ilustração direitinho, tenho certeza.

Há oportunidades que nos são dadas todos os dias. A todo instante elas aparecem sob multiformes maneiras. Somos chamados a participar da vida, e nos esforçarmos para que valha a pena viver para nós, para nossos pares, para a sociedade, e para o mundo todo, que inclui a Argentina e Brasília também, viu?

Como um privilégio fantástico que o SENHOR da Vida nos dá, através do chamado a Vida Eterna, para seu Reino de Glória, pelo Seu Filho JESUS, temos assim o direito a participarmos dessa Festa.

Mas é preciso aceitar o chamado.

É imprescindível estarmos uniformizados com as vestes da Festa.

É preciso estarmos sob as ordens e orientações do nosso "Técnico Celestial" e nos esforçarmos, dando o melhor do nosso suor, talento e até sacrifício pessoal, para confirmarmos a nossa escolha, e estarmos verdadeiramente aptos para a Grande Festa.

Se ampliarmos a atualidade da convocação do Dunga, e sua aplicação aqui, há oportunidades para todos os chamados para se tornarem "OS ESCOLHIDOS" porque DEUS, diferentemente dos homens, não faz acepção de pessoas. Ele chama a todos para sua Festa.

Sim, todos 'Adrianos', 'Ronalduxos' e 'ROnaldinhos', 'Gansos', 'Patos', 'Marrecos' e 'Neymares', sem exceções, tá?

Você também vai, não vai? Bacana! A gente se encontra lá também, ok? O último a entrar, fecha a porta, tá bom?

sexta-feira, 7 de maio de 2010

MINHA DOCE MÃE


Durante muitos anos em que viajei quilometros e quilometros para visitar minha familia, a chegada a casa de meus pais me gerava uma enorme expectativa.

Na estrada, à medida que ia me aproximando, eu ia ficando mais e mais ansioso e sem perceber, acelerava mais para apressar aquele encontro tão esperado.

Antevia a cena na minha mente, e nela sempre surgia em destaque a doce figura da minha mãe.

Excluída as vezes em que cheguei de surpresa, todas as outras que avisei, minha mãe preparou seus segredos culinários para me esperar.

E então, enquanto a estrada parecia que ia esticando, e retardando a chegada, eu imaginava já o sabor daquelas guloseimas todas.

Ver, abraçar, apertar com a saudade todos aqueles meus queridos, era uma sensação incrível. Agora, além disso, a expectativa de saborear a Ambrosia, aquele divinal doce de ovos da minha mãe... Hum! sensacional, viu?

Ela dizia que era receita de familia, mas eu achava que era a poção do seu amor materno, e algumas gotinhas de lágrimas de saudade é que fazia toda a diferença para adoçar aquela delícia.

Os antigos davam o apelido a essa sobremesa, de "espera marido", mas por causa da distância em que acabamos vivendo separados, o doce acabou sendo chamado de "Espera filho".

Minha mãe, ficava horas e horas em frente o fogão, preparando com muito carinho aquele doce, com todo o ritual indispensável a que se propunha, para que saísse tudo conforme a receita original. Era um trabalhão danado! Ainda hoje, é o doce mais esperado e disputado lá em casa.

Hoje, me recordo com saudade dessas viagens que fiz durante muitos anos. E em todas essas lembranças, sem exceção, encontram-se duas memórias afetivas: Minha mãe, e seu famoso "Espera filho".

Assim, de maneira singela, mas impregnada de profundo amor e sincera gratidão, quero homenagear a minha mãe, no dia feito especialmente para ela.

Você mãe querida, é "o doce mais doce que o doce de batata-doce", ou melhor, que o doce Ambrosia, viu? Eu e todos os meus irmãos, noras, netos e bisnetos, te amamos. Você é o doce que nos adoçou e ainda adoça os nossos corações de filhos.

Feita a homenagem, devo registrar que minhas irmãs, e a minha esposinha, aprenderam fazer a tal especialidade com a receita da minha mãe. Logo, estou no lucro. Bom demais, né não?

FELIZ DIA DAS MÃES, minha doce MÃE!

Ah! Você sabe fazer Ambrosia, hein? Então... FELIZ DIA DAS MÃES prá você também, viu?