sábado, 29 de agosto de 2009

MAIOR É O QUE ESTÁ EM NÓS


Não temos muito mais o que fazer diante das coisas que os nossos olhos e também, todos os outros sentidos têm percebido nesses últimos dias.
Temos ou não temos, hein?

Outra vez vemos e ouvimos coisas que nos fazem sentir o quanto estamos impotentes diante dos fatos que pipocam por todos os lados. Aqui e ali, chegam notícias que nos dão conta do quanto mal o ser humano é capaz de produzir e com quanta perversidade ele é capaz de fazer isso.

Aqueles que possuem o bem como tesouro na alma e motivação na vida, ainda conseguem perceber a degradação moral da sociedade e dos seus sócios, com espanto e surpresa. A maldade e o malfeito incomoda os tidos como "do bem" e chocam diante das notícias deles.

Graças a isso, temos assim, a sensação de indignação, de vergonha e frustração por não conseguirmos afastar dessa proximidade com os que praticam impunemente, toda sorte de crueldade contra os que não podem se defender.

A justiça do homem está demasiadamente emperrada na sua ineficiência e não acolhe o clamor do fraco, do idoso, da criança e da viúva. A causa do pobre não pesa o mesmo que a do rico e a balança da justiça possui pesos mal distribuídos. Assim a impunidade se ri daquela "senhora" de olhos vendados e mãos atadas pela burocracia e lentidão de juizo.

Temos aquela sensação de total insegurança ante os rumores da violência de cruéis e da incapacidade dos gestores para mantê-los afastados de nós e dos nossos lares.

Sofremos com o descaso e o deboche das autoridades que governam e legislam para os seus próprios bolsos fundos e vorazes. Somos derrotados por uma maioria acovardada e servil que se limita a assistir a tudo e aceitar, validando com seu silêncio, a permanência dessa atmosfera de vergonha instalada nas nações.

"O mundo jaz no maligno" e a malignidade dos seres faz imperar a injustiça. Não há quem pratique o bem e o que pensa fazê-lo, prontamente é desestimulado pela covardia dos omissos ou pela truculência dos que tem o interesse na manutenção desse quadro. Não há ninguém que pratique espontaneamente o bem de maneira que uma mão que doe não enxergue a outra que dá nada. Comparamos favores com valores e confundimos generosidade com vantagem.

A perversidade não está naquilo que se pratica e que está na mídia, mas está nas intenções e nos projetos da alma para permanecerem nessa prática. Os que se indignam com tudo isso e se manifestam publicamente, logo são perseguidos e desqualificados por uma campanha de difamação. Alguma imprensa menos comprometida "grita" para "surdos" confortáveis e analfabetos funcionais. Lamentavelmente, a grande maioria é desinformada ou mal informada propositadamente ou não.

A massa está de canga e é tangida como em em outras épocas, como em outros regimes. A Democracia virou uma bandeira de autopromoção e perpetuação. Tem uma maioria que aplaude o que não percebe, não entende e deliberadamente não se importam.

Até mesmo os que creem, tem motivos para duvidarem ante os abusos praticados pelos manipuladores da fé. Homens e mulheres levados às últimas possibilidades de suas esperanças. Espoliados nos recursos dos seus sonhos e lesados nas promessas de alívio de suas dores. A relação do homem com o Criador, ainda é uma grande barganha. A quantidade e eficiência das bençãos de Deus estão em tabelas de valores que se pode escolher e pagar com até mesmo dinheiro de plástico. Indulgências modernas, hein?

E por se multiplicarem as iniquidades o amor de muitos tem esfriado. E em se esfriando o amor, o espaço da maldade tem se ampliado. E sob o império da maldade as relações dos homens tem se degenerado. A ausência do amor entre os seres tem enfraquecido a sociedade do bem na mesma proporção que fortalecido a sociedade do mal.

As virtudes não têm nenhuma importância em um mundo altamente competitivo. A competição da vida tornam as amizades um meio para se conseguir subir, uma escada fácil para o topo. Os fins justificam os meios, ainda que os meios não sejam justos.

A palavra também fácil que salta à boca não reflete com fidelidade as intenções do coração e os gestos largos aparentemente simpáticos, apenas escondem outros interesses da alma. Há quem justifique essa maneira de existir e ser, como sobrevivência. Há quem diga porém, que é carência de Deus.

Assim, o mundo está posto no maligno e a alma dos aflitos geme com gemidos inexprimíveis.

Por isso, não temos muito mais o que fazer diante das coisas que os nossos olhos e também, todos os outros sentidos têm percebido nesses últimos conturbados dias. Poderia mesmo ser assim, mas para aqueles que tem sua esperança no Senhor, 'tem jeito' ainda, viu?

"Filhinhos, sois de Deus, e já os tendes vencido; porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo." (1 João 4:4)
Essa é a minha esperança e a certeza que me move tanto quanto a que te move também, não é mesmo?

Isso não nos tem livrado de conviver com esse mundo e com a maldade dos ímpios, mas tem nos dado forças prá aguardar as promessas do Senhor feitas aos nossos pais. Assim temos vencido os maus dias e sido fortalecidos no nosso espírito, na esperança do nosso resgate em glória.

"Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece." (Filipenses 4:13)

A palavra é de realidade "nua e crua" todavia sem perder o ideal e imaginação. Porque há sonhos para sonhar e esperança para permanecer na luta. A única certeza é a de que se o bem desistir, o mal nadará de braçadas no espaço resultante da nossa covardia. E nós não somos covardes não, não é?

"O QUE ME PREOCUPA NÃO É O GRITO DOS VIOLENTOS. É O SILÊNCIO DOS BONS". (MARTIN LUTHER KING)

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

E POR FALAR DE INVEJA...


Se a gente fosse fazer uma pesquisa entre nós sobre o pior sentimento que a gente pode encontrar nos seres humanos, talvez não fosse surpresa encontrarmos no topo da lista, a INVEJA, né não?

Talvez porque seja um sentimento mesquinho e medíocre e tão rasteiro, que incomoda sem dúvida, a maioria das pessoas de bem.
É uma coisa que incomoda todo mundo e que provoca uma "baita de uma raiva" a todos que de uma maneira ou de outra, acabam sendo alvo desse sentimento. Você também fica, não fica?

Pois é, a Inveja é um recurso dos medíocres. A ela também se associa outros sentimentos que na maioria das vezes, provocam destruição. A Cobiça, sem dúvida, é uma delas. É tão terrível, porque para quem a tem, não basta ter algo igual, mas sim, o próprio objeto da cobiça. Seja isso algo material, ou não, esse sentimento consome a alma daquele que se deixa levar, dominar por ele. A alegria, o sucesso, a felicidade e a prosperidade de alguém, incomoda uma barbaridade, né não?

Eu sempre me lembro da história de José quando se trata de ilustrar esse sentimento tão nocivo e cruel. Você conhece a história não é mesmo?

Então...

José era um cara bonitão, sonhador. Caçula de uma família de 12 irmãos e talvez também por isso, mimado e preferido pelo velho pai Jacó. Seus irmãos nutriam uma inveja danada por causa dessa preferência paterna e cobiçavam esse carinho irrestrito do pai por José. Mas ele era realmente um bom moço. Retribui-a sinceramente a esse sentimento do seu pai, o que devia aguçar mais ainda o ciúme dos seus irmãos.

José tinha um sonho que o seguia e dele não fazia segredo. Em todos eles, ele estava ao centro enquanto sua familia, simbolizada por astros e feixes de trigo, se curvava para ele. Fraco não, hein? Seus irmãos o invejavam de morte e propuseram faze-lo em seus corações. Aguardavam uma oportunidade para levar a cabo, aquilo que já tomara conta de suas almas. Aliás, esse é o problema da inveja. Quando ela domina o coração das pessoas, para que ela obtenha o alvo da sua cobiça, ele é capaz de justificar todos os meios para conseguir alcançar seus fins. E por incrível que pareça, consegue dormir apaziguado com isso.

Um dia em que José 'deu mole' para seus irmãos, eles o jogaram no fundo de uma cisterna. Forjaram sua morte encharcando suas vestes com sangue de um animal e entregando-as ao velho Jacó, já meio deficiente visual, que reconhecendo as vestes do filho predileto, quase teve um 'piripaque' de tanto desespero. E os filhos, 'nem aí' para o sofrimento de Jacó. Depois, como você já leu nas Escrituras Sagradas, seus irmãos o retiraram da cisterna e o venderam como escravo. Veja você, os caras ainda faturaram em cima da sua maldade.

O final da história, se você for na Bíblia, tem todinha lá, viu? (Genesis 37) Mas vou adiantar prá você que está com preguiça de procurar, que José acabou sendo tão abençoado por Deus, que veio a se tornar governador do Egito, abaixo apenas do Faraó. Fraco não hein?

Sua familia todinha, teve que se curvar diante dele, sendo assim cumprido as promessas de Deus a ele, através dos seus sonhos de adolescente. Lembra disso, né? O camarada poderia até 'pagar um pau' pela posição em que se encontrava, mas dirigido por Deus, perdoou seus irmãos e ainda 'de quebra' salvou seu povo de um longo período de fome que se abateu sobre aquela terra. Depois vá lá na Palavra de Deus, e leia a história na versão do profeta Moisés. Deixa de preguiça, hein?

Quando a gente le sua história com final feliz, não imagina o quanto a inveja e o ciúme dos seus irmãos, provocaram sofrimentos incríveis a ele e seu velho pai. O invejoso não 'tá nem aí' para o que suas atitudes ou até mesmo, palavras, vão produzir na vida daqueles que são alvo de sua inveja.

"É tão natural destruir o que não se pode possuir, negar o que não se compreende, insultar o que se inveja ." (Honoré de Balzac)

Agora me diga: Você nunca foi alvo da inveja, do ciúme de alguém, hein? Sortuda!

Tem até um 'slogan' muito famoso que se colava no vidro traseiro dos carros, que você se lembra bem, né? Pois é... A INVEJA, além de ser tão malcheirosa quanto "aquilo" a inveja tem a capacidade de destruir relacionamentos. Sim, coisas como matrimônios, amizades, e até mesmo, negócios sólidos acabam ruindo pela ação covarde desse sentimento perverso. Isso talvez tenha te lembrado algo agora, lembrou não?

A inveja é instrumentalizada por algumas práticas tão perversas quanto ela própria. Mentiras, calúnias, difamações, dissimulações, manipulações, fofocas, falso testemunho, só prá citar algumas coisinhas que acompanham os invejosos. Devo ter me esquecido de algumas, mas se você se lembrar de mais alguma coisa, pode acrescentar, tá legal.

Nem o próprio Filho de Deus, Jesus ficou livre da inveja, dos ciúme dos religiosos e políticos da sua época. Prepararam direitinho 'a cama' para calarem sua voz. Invejavam tanto quanto temiam a palavra que saia da boca do "Verbo de Deus." Tramaram contra ele. Perseguiram Jesus às escondidas. Traíram-no com lisonjas e o entregaram com um beijo. Testemunharam falsidades contra ele e o levaram a julgamento sumário sem direito a defesa prévia. Sim, sem direito a defesa. A história é que resgatou a verdade dos fatos depois.

A gente que está muito longe de ter o comportamento que Jesus teve diante de seus invejosos acusadores, gostaria de ter o direito da réplica, ou mesmo do benefício da dúvida. Quem sabe você que tenha ouvido algo a respeito de alguém por quem tenha algum afeto, e aquilo que ouviu desqualifique a imagem anterior, deva ao menos ouvir a outra parte antes de mudar de opinião. Há quem mereça até mesmo uma acareação, não é? Vai lá saber as motivações de quem fala, se por ciúmes ou mesmo emulação. Bom é lembrar daquela máxima popular: "Quem fala de mim para Ti, também fala de Ti para mim" ou algo assim que o valha.

Cuidado com "as candinhas" que cuidam da vida alheia, viu? Hã? Como é que é? Ah! "Cãndinha" deve ser porque a palavra INVEJA seja um substantivo feminino, que tem significado de sentimento de cobiça à vista da felicidade, da superioridade de outrem: ter inveja de alguém. Mas agora já deu, né? Esse assunto por si só é um 'porre' né não? Deixando a(o)s candinhas prá lá, vamos vivendo as nossas vidas com o melhor que pudermos ser, tá bom? Fechado então.

"Um pouco de fermento leveda toda a massa." (Gálatas 5:9)

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

CONTROVÉRSIAS


"A verdadeira medida de um homem não se vê na forma como se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas em como se mantém em tempos de controvérsia e desafio."
(Martin Luther King Jr.)

São dias de enormes conturbações aqui dentro e ali fora. Acho que agora percebemos melhor por causa da velocidade em que a história está sendo contada. Uma velocidade que nunca antes houve, mas que a tecnologia da informação e a popularização do acesso a ela, promove uma enxurrada meteórica de informações, bombardeando as nossas cabeças.

Mal temos tempo de decodificarmos as mensagens que caem sobre nós e delas termos alguma opinião que satisfaça ao menos a nós mesmos e já chegam outras ondas e "marolinhas" que contradizem as primeiras. É uma loucura, não é?

Com uma velocidade impressionante, aquilo que até a pouco era absolutamente tido como certo e aceito tacitamente, se transforma radicalmente indo da simples dúvida ao absoluto descrédito.

Parece ser assim com a política nacional e os políticos tupiniquins, tanto quanto qualquer republiqueta cuja localização no mapa sequer conhecemos.
Aquilo que por anos se acreditava ser verdade e pelo qual se morria lutando, defendendo uma bandeira ideológica com exacerbada devoção, o tempo e o conforto do poder e o gosto da dominação, transformou em poeira que se prende ao solado das sandálias rasteiras e que ficam retidas em carpetes e capachos de salões, por aqui e acolá.

Comunicados oficiais, por exemplo, que a título de orientar e tranquilizar uma população em pânico, gera mais pânico e desinformação. É uma sucessão impressionante de desmentidos e mentidos, desencontros e manipulação de dados e ditos, que no mínimo desmereceria o crédito, não é mesmo? Parece mesmo que somos tangidos e não dirigidos, né não?

Enquanto grávidas estão caindo feito libélulas à luz das lâmpadas de um SUS sob suspeita, e profissionais de saúde, como "baratas tontas" são contaminados nos procedimentos de socorro nas unidades básicas, nossos congressistas discursam sobre "pílulas partidárias" nos palanques para um plenário sem ouvidos.

As controvérsias governam e legislam para uma nação perplexa.

Nossos olhos assistem atônitos, uma crise moral de proporções escatológicas nas nossas instituições políticas. Uma enxurrada de acusações, com provas ou sem provas, não importa, vão tudo para o mesmo arquivo; Aquele que fica debaixo do tapete vermelho de vergonha.
Mas ainda assim, há controvérsias.
Aquilo que era nobre agora é execrável e o que era ético, hoje é bobagem; Coisas dos tempos de militância e do romantismo ideológico. Coisas dos tempos das "caras-pintadas" nas ruas e da vergonha nas caras sem máscaras. Hoje ambas se abraçam sorridentes e se confundem uma na cara da outra.

As instituições familiares também vão de mal a pior, no rastro das transformações morais de uma era controversa. Pais sem pulso firme e de voz débil, desorientados entre as muitas páginas de literatura de modos e maneiras modernas de educação de filhos. A pedagogia do tudo pode e nada deve ser negado. A vara que corrigiu e criou nossos notáveis, não serve para corrigir e criar os filhos dessa geração controvertida. Nem messmo os autores se entendem e esperam que o tempo e as gerações comprovem ou não suas teorias. Todavia, enquanto isso, os filhos dessa nova orientação pedagógica já fazem escola de estragos na nossa sociedade, arrastando crianças pelas ruas e destruindo prematuramente sonhos e possibilidades. Filhos e filhas sem o afeto natural pelos pais; Sem o respeito pelos educadores, idosos, iguais ou diferentes. Jovens e adultos sem o traço nobre da generosidade em seus perfis. Homens e mulheres com uma insaciável sede de transgressão dos valores. Verdadeiros zumbis dançando um "treiller" sem música, sem conteúdo e sem motivação de bem algum.

Ah! Esses são tempos de controvérsia e transtornos.

São também tempos de abalos emocionais e manipulações oportunistas da fé. Sim, são tempos em que a religiosidade dos seres da terra, viraram alvo fácil da voracidade delinquente da industria da fé. Enormes conglomerados se criam de lá para cá, e daqui prá ali, capitalizando a inocente credulidade de fiéis. São como incautas presas fáceis de "lobos e lobas, em pele de cordeiro" mas que desmascarados, mostram-se como "bodes velhos" espertalhões. Aproveitadores sem alma, das carências da alma humana do Deus vivo. Estes se acham acima do bem, do mal, das instituições terrenas e usurpadores das divinas. Mas esse é um capítulo a parte, pois são pedras de tropeço, que têm seus destinos reservados nas mãos de Deus, de quem perderam o temor.

São tempos de muita controvérsia e pouca serenidade. As mentes e corações das pessoas são postos à prova o tempo todo, e o equilíbrio das intenções da alma são expostos às dúvidas da existência. O existir sempre foi um grande desafio para nós, pobres mortais carentes da misericórdia e da graça do Eterno Deus. Nessa geração não está sendo diferente não. Apesar do enorme fluxo de informação que circula no espaço contido entre nossas orelhas, nem tudo é relevante mesmo para o crescimento nosso. Nem tudo é aproveitável e pouco provável é que nos sejam úteis. Digo, essencialmente úteis.

Em algum momento disso que vem para nós como verdades, algo verdadeiramente encontrará credibilidade em nosso espírito? E será enfim essa verdade que nos transformará de dentro para fora, apesar de toda nossa controvertida essência humana?

Queira você acreditar ou não, essa informação existe sim. Ela está disponível prá você e prá mim.

Está na Palavra da verdade, a que em se conhecendo, liberta o homem das contradições do proprio homem.

"Por isso diz: Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá.
Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, Remindo o tempo; porquanto os dias são maus. Por isso não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor." (Efésios 5:14-17)

E então à vista dessas coisas que faremos nós?
Bom, aos que creem na verdade que liberta, destaco algumas dicas do Apóstolo Paulo a seguir:

"Regozijai-vos sempre.
Orai sem cessar.
Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.
Não extingais o Espírito.
Não desprezeis as profecias.
Examinai tudo. Retende o bem.
Abstende-vos de toda a aparência do mal.
E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo." (1 Tessalonicenses 5:16-23)

Apesar das minhas dificuldades, deficiência cultural e física, é isso que quero para mim, para vencer o desafio desses dias controversos. E você. Vai fazer o que, hein?

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

LIÇÃO DE PAI PARA PAI


Quando eu era adolescente e já começava "a me achar" o dono do meu nariz, meu pai me "cortou o barato" e me deu uma das mais valiosas lições da minha vida.

Eu havia aprendido a jogar bilhar com amigos no clube da cidade em que meu pai era pastor. Eu sentia que tinha talento para esse esporte de salão e os amigos incentivavam essa ideia em mim.

Havia muita disputa entre nós e como eu ganhasse de todos da turma, acabaram fazendo apostas para ver quem me tirava da mesa. Aquilo me deixava arrebentando de orgulho e vaidade, porque ninguém conseguia me tirar da mesa. Não havia entre a turma, quem pudesse me vencer no bilhar. Mesmo sendo de estatura baixa, que muitas vezes me obrigasse a literalmente subir na mesa para efetuar uma boa tacada, eu não perdia ali prá ninguém.

Logo, começamos a procurar nos salões de jogos da cidade, adversários adultos afim de desafiar para uma partidinha "inocente." Minha aparência de jovem imberbe facilitava encontrar adversários menos avisados que se sentiam confortáveis para aceitar um desafio. E era uma surpresa ver aquele rapazinho "estrepe" no bilhar, quase subindo na mesa para fazer algumas sequencias de "matadas" e encaçapar várias bolas na mesma série de tacadas.

É claro que imediatamente a essa fase, veio aquela das apostas no "meu taco" e inevitavelmente, o jogo inocente acabou. Mas como eu ganhasse a maioria das apostas, aquilo me atraia para enfrentar cada vez mais desafios maiores e mais difíceis para um adolescente de 15 anos. Algumas aulas então tinham que ser "perdidas" para que eu pudesse ganhar umas tacadas. E assim, eu fui me afastando daquela turminha de adolescentes e perigosamente enveredando para um caminho obscuro daqueles salões de bilhar.

Mas Deus achou um jeito de me "cortar as asinhas" rapidinho, antes que eu fosse encaçapado pelos descaminhos do "feltro verde."

Uma certa tarde em que deveria estar na escola, eu jogava uma partida com alguns "desavisados" em um salão perto da minha casa, quando de repente meu pai apareceu na porta do salão. Me lembro até hoje da sua expressão de decepção em seus olhos severos. Olhou bem dentro dos meus e não disse palavra alguma. Balançou suavemente sua cabeça já toda grisalha aos 45 e virando-se foi embora.

Eu larguei tudo para trás e corri atrás dele. Fui para casa e ele não estava lá, havia ido ao supermercado fazer umas comprinhas e procurara por mim para ir ajuda-lo a carregar as compras.

Eu sai correndo para o supermercado e lá chegando, fui logo ficando ao lado do meu "véio. Todo solícito, procurava empurrar o carrinho e ajudar com aquela cara-de-pau de quem havia aprontado. Meu pai me apresentou para uns amigos. Conversou com seus 'cumpadres' e algumas pessoas da nossa comunidade. Pagou as compras e pediu que fossem entregues em casa. Passou na loja de uns amigos. Comprou pão na padaria a caminho de casa e nada de tocar no assunto do bilhar. Chegamos em casa, colocou as compras de mão na cozinha. E foi lá prá dentro. Havia passado umas 5 horas do momento que ele me surpreendeu no salão, e eu já achava que "tava limpa a minha barra."

Qual o que! Daí a pouco, o meu pai surge do nada e me chamou pro quartinho do sermão para uma conversinha com seu "corrião." (Você sabe o que é um "corrião," hein? Não queira experimentar não, viu!) Meu pai disse antes, com toda calma, que não fizera nada antes porque tinha medo de me machucar por causa da raiva que ele estava, vendo seu filho naquele ambiente e naquelas circunstâncias. Ele me disse naquele dia, que havia esperado a ira passar para que ele pudesse me corrigir e não me agredir. E aqui sou obrigado a fazer um parênteses para confessar que o pior dos castigos com meu pai, não era a conversa com seu "corrião", mas sim o sermão. Aquelas palavras doíam na alma mais que as "correadas no lombo," viu!

Ele disse ainda que fazia aquilo, ou seja, me corrigia porque me amava. E então...o "corrião" comia o couro.

"A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da correção a afugentará dela." (Pv. 22:15)

Sabe, Educar significa punir as condutas derivadas de um comportamento errôneo. Eu aprendi ali, mais uma vez, que quem ama cuida e quem Educa diz NÃO! Eu, tanto quanto meus irmãos, fomos corrigidos por amor, durante o percurso, o que nos evitou que a sociedade, tivesse que nos corrigir sem amor.

Vejo que muitos daqueles filhos que não experimentaram o "corrião" dos seus pais, se transformaram em pais sem energia para corrigir os seus próprios filhos. Esperam que a escola e a vida eduque por si só os filhos da sua responsabilidade. Se escondem atrás de psicologias modernas que reprimem a repreensão e a correção, enfraquecendo os pais diante de um mundo transtornado pela má educação e pela deformação do caráter dos nossos jovens.

Pais se desesperam vendo impotentes, o crime e as drogas, a insanidade de uma juventude sem freios morais, sequestrarem seus filhos. Sem disciplina, sem noção de autoridade, compromisso e responsabilidade, os jovens apenas tem na figura do pai, o provedor compulsório de suas vontades.

O DIA DOS PAIS está aí.

Aqueles de verdade, do "corrião e do sermão "que amando seus filhos, corrigem seus passos com amor e com energia. Aos pais como o meu, que me mostrou em tempo, a direção do bem próprio e coletivo. O meu espaço e o do alheio. A respeitar tanto o que é publico e o privado que não me pertencem. A honrar os pais, os idosos, os educadores, as autoridades e as instituições. A Amar meu próximo e a temer a Deus. Sim, a eles minha homenagem nesse dia também. Feliz Dia dos Pais!

"Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele." (Pv. 22:6)