quarta-feira, 28 de março de 2012

INVISIBILIDADES


"Assim somos todos nós seres IMORTAIS, pois somos ALMA, LUZ, DIVINOS, ETERNOS... Nós só morremos, quando somos simplesmente ESQUECIDOS..." (Sócrates)

Há quem diga, como se fosse um juramento, que vão nos amar para sempre. Prometem que haja o que houver, e em qualquer circunstância, que nunca se esquecerão de nós. Dizem, escrevem e até chegam ao ponto de tatuar nossas iniciais em seus corpos, como promessa de amizade para sempre. Oferecem-nos seus ombros amigos, sua simpatia, seus ouvidos e até se atrevem a esboçar alguns conselhos para a nossa vida. Durante algum tempo, são frequentes nos encontros sociais, nas festas e até mesmo, em algumas horas de tristeza. Solidarizam-se com as nossas preocupações e parecem se alegrarem com as nossas vitórias.

Ah! Nossas vitórias. Elas nos dão visibilidade, destacam-nos no meio do grupo e atrai a atenção, o interesse das pessoas em serem caronas do nosso eventual sucesso momentâneo. Muitos são como mariposas, que são atraídas pela luz, pelo brilho das outras pessoas. Quem nunca se sentiu rodeado por mariposas em algum momento de sucesso fugaz na vida, levantam as duas mãos!

Claro, muita gente já teve este tipo de experiência em seu meio social, em sua roda de amizades. Pois é muito mais comum do que se pode imaginar. Pessoas querem pegar uma beirada de visibilidade, um pouquinho da luz, da fama, do sucesso repentino que alguns de nós, por mérito ou pura "sorte", alcançou na vida. Para estes, nossa convivência é útil e necessária. Para estes, somos imprescindíveis, insubstituíveis, inesquecíveis. Uma aliança perene, um voto de lealdade eterna.

Então vem a vida impiedosa, e nos atropela. Interrompe, desligando o interruptor da nossa luz, e nos lança na escuridão do esquecimento.

Este é o momento que muitos temem, porém não podem evitar passar por ele. Porque ninguém, conscientemente, no pleno gozo das suas faculdades mentais, se lançaria, voluntariamente, neste limbo. Ninguém escolheria o fracasso. Ninguém se decidiria pela invisibilidade, o abandono, o esquecimento. Não, ninguém deliberadamente escolhe ser esquecido, tornado invisível.

Não podemos nos defender dos perrengues, do mal repentino, da calamidade e jamais, evitarmos o sofrimento, a dor e a morte. Mas afinal de contas, o que de repente nos trouxe a invisibilidade?

Apenas um erro. Quem sabe um deslize ou talvez um fracasso. Talvez porque se está desempregado. Quem sabe por que acabou o casamento que todos julgavam, idealizaram "perfeito". Talvez ainda uma enfermidade grave, um acidente, uma daquelas frequentes, porém sempre inesperadas peças que a vida aplica na gente. Uma depressão. Uma falência repentina, e até mesmo a morte prematura de alguém muito amada.

Sim, muitos podem ser os motivos pelos quais as pessoas perdem o interesse em nós e deixam de participar da nossa história. Sem dúvida, quem experimentou a "invisibilidade" imposta pelo existir neste chão, há de ter mil e uma outras razões para se achar esquecido por todos aqueles que eram presentes na "fartura". Talvez possa enumerá-los agora na falta, na ausência, no tempo da escassez.

"Amigo é alguém que se achega quando todo mundo se afasta."

Mas não há com o que nos preocuparmos ainda. O tempo, a vida ou então, a morte, sempre se encarregam de nivelar os homens e mulheres, os amigos e os adversários, ao final de tudo, quando as coisas são todas lançadas na invisibilidade da existência.

2 comentários:

David Palazzo disse...

\o/ \o/ \o/ \o/

Teresa Cristina disse...

Oiee!!
Meus Deus, coloquei no google sobre uma receita de sonho, e parei aqui diante do teu blog, devorando cada post, cada palavra, pensamento, enfim.
Parabéns pelo blog e pela oportunidade de poder te conhecer por esta telinha, onde vc tem a coragem de dizer não só quem és, mas o que sente e pensa.
Td de bom pra ti.